De acordo com o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), esta é a primeira grande retrospetiva do cinema de Manoel de Oliveira na Alemanha e contará com 32 filmes a exibir no Kino Arsenal, instituto de artes do cinema e vídeo, em Berlim.
Mais de trinta filmes compõem o ciclo de cinema dedicado a Manoel de Oliveira, que começa no sábado no Instituto Arsenal, em Berlim, na maior retrospetiva dedica ao cineasta português, que morreu em 2015.
Na abertura, amanhã, serão exibidos ‘Porto da minha infância’ (2001) e ‘Visita ou memórias e confissões’ (1982/2015), ambos com apresentação de José Manuel Costa, diretor da Cinemateca Portuguesa.
Leonor Silveira, uma das atrizes que mais trabalhou com Manoel de Oliveira, e Erika e Ulrich Gregor, fundadores da Cinemateca Alemã, que conheceram o realizador na década de 1950, também estarão presentes neste ciclo, que se prolongará até 30 de abril.
Manoel de Oliveira é “o mais relevante realizador português”, com uma filmografia “ampla e difícil de catalogar”, que remete para a literatura e para o teatro, tanto antigo como moderno, lê-se na programação do Arsenal.
Através do cinema, o cineasta “reflete sobre a natureza efémera do amor e dos relacionamentos, coloca perguntas existenciais e leva a cabo viagens por países, continentes e épocas da História”, sublinha a organização.
Entre os filmes escolhidos contam-se ‘Vale Abraão’ (1993), ‘Non ou a vã glória de mandar’ (1990), ‘Aniki bobó’, a primeira longa-metragem de ficção, de 1942, e ‘Acto da Primavera’ (1963).
O ICA, parceiro na organização desta retrospetiva, recorda que Manoel de Oliveira viajou para a Alemanha em 1955, para fazer um estágio nos laboratórios da AGFA com o objetivo de estudar a cor aplicada ao cinema.
“Deste estágio resultou a sua primeira utilização de cor no documentário ‘O pintor e a cidade'”, refere o instituto.
Manoel de Oliveira morreu a 2 de abril de 2015, aos 106 anos. Só depois da morte é que foi permitida, a pedido do cineasta, a exibição do filme ‘Visita ou memórias e confissões’, rodado na década de 1980 e que esteve mais de trinta anos guardado e preservado nos cofres da Cinemateca.
SUBSCREVER NEWSLETTER
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail de segunda a sexta