Arrancou ontem, na capital angolana, a Bienal de Luanda – Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz, um evento que tem como destaque o tema da resolução de conflitos no continente africano.
Segundo o secretário de Estado da Cultura angolano, Aguinaldo Cristóvão, a resolução de conflitos “é um problema de todos os africanos”, e Angola pretende partilhar experiências e trazer contributos para este debate durante a Bienal de Luanda.
“Temos alguns problemas relacionados com conflitos, temos violência, mas estes problemas não podem ser vistos de modo estanque”, disse Aguinaldo Cristóvão à agência Lusa, sublinhando que a resolução dos conflitos deve ser partilhada por todos os africanos.
O governante indicou que o Estado angolano “tem uma experiência em matéria de resolução de conflitos muito importante”, que quer partilhar, e uma filosofia de apoio” aos outros países, tentando “encontrar mecanismos de desenvolvimento conjunto”, tendo sido esta uma das razões para acolher a bienal.
A Bienal de Luanda – Fórum Pan-Africano resultou de uma decisão dos chefes de Estado da União Africana “que acharam que havia necessidade de promover um mecanismo, a nível do continente africano” que se centrasse numa abordagem sobre a não-violência e a resolução de conflitos com base no diálogo, recordou.
O desafio “foi assumido pela UNESCO”, que formalizou em dezembro de 2018 um acordo com o executivo angolano para a realização da bienal em 2019 e 2021.
O Governo angolano investiu 512 mil dólares (cerca de 463 mil euros) no projeto e Aguinaldo Cristóvão está confiante no retorno da iniciativa, enfatizando a promoção da cultura angolana e do próprio turismo, “elementos muito fortes” e “com uma grande margem de sustentabilidade”.
São esperados no evento 800 delegados de todo o mundo que se vão juntar a outros mil participantes nacionais, diretamente envolvidos na bienal, que vai decorrer no Memorial Agostinho Neto, na Fortaleza de São Miguel (Museu Nacional de História Militar) e no Centro de Convenções de Talatona até domingo, 22 de setembro.
Foram convidados 14 países e Portugal tem um pavilhão próprio, no Fórum das Culturas, e conta com uma exposição, promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian, sobre o património histórico de origem portuguesa no mundo, que está patente no Museu Nacional de História Natural de Angola.
A bienal tem como focos temáticos a juventude, paz e segurança, a criatividade, empreendedorismo e inovação, num festival de culturas que inclui cinema, música, artes plásticas e visuais, teatro, dança, moda, design, banda desenhada, videojogos, poesia, literatura, tradição oral e artesanato.
Foto: © Bienal de Luanda
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