O ritmo de crescimento económico, na perceção de confiança dos empresários cabo-verdianos, voltou a cair no terceiro trimestre deste ano, atingindo mínimos de mais de quatro anos, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com o Indicador de Clima Económico, com dados do inquérito à conjuntura aos agentes económicos e divulgado hoje pelo INE cabo-verdiano, num momento de crise generalizada provocada pela pandemia de covid-19, a “conjuntura económica” continua “desfavorável”, tal como nos dois trimestres anteriores.
“O ritmo de crescimento económico continua a abrandar no terceiro trimestre 2020, registando o valor mais baixo dos últimos 17 trimestres [quatro anos e três meses] consecutivos, evidenciando de que o clima de negócios é ainda desfavorável”, lê-se no documento.
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Globalmente, do último trimestre de 2019 para o primeiro de 2020, este indicador já tinha passado de um índice positivo de 15 pontos, para um valor negativo de sete pontos. No segundo trimestre do ano o índice desceu para oito pontos negativos e no terceiro trimestre para praticamente 10 pontos negativos. O valor mais baixo deste indicador de confiança foi atingido no primeiro trimestre de 2015, com praticamente 15 pontos negativos.
No setor do turismo, o indicador de confiança, de julho a setembro, “manteve a tendência descendente dos últimos trimestres”, registando o valor mais baixo dos 20 trimestres consecutivos.
“Os empresários apontaram vários fatores determinantes desta situação, destacando os relacionados com a pandemia da covid-19 e a fraca procura como sendo os principais obstáculos do setor nesse trimestre”, lê-se no documento do INE, numa altura em que o arquipélago tenta recuperar o turismo, após cerca de sete meses sem voos internacionais comerciais.
Já no comércio em estabelecimento, o indiciador de confiança do INE refere que “contrariou a tendência ascendente do último trimestre”, apresentando agora “sinais de que a conjuntura no setor é desfavorável”.
“No decorrer do terceiro trimestre de 2020, as dificuldades financeiras e a insuficiência da procura foram os principais constrangimentos”, aponta o INE.
O setor dos transportes e serviços auxiliares também é analisado neste indicador, com o INE a concluir que no terceiro trimestre “inverteu a tendência descendente” dos anteriores, com a retoma das ligações aéreas domésticas e alguns voos internacionais, mas ainda “evoluindo negativamente face ao trimestre homólogo” e apresentando uma conjuntura “desfavorável”, segundo os empresários devido aos constrangimentos provocados pela pandemia de covid-19.