Menos popular entre os cabo-verdianos do que o crioulo, o ensino de português como língua segunda começará a ser introduzido no ensino pré-escolar e no primeiro ano no ensino básico.
Cabo Verde vai introduzir, a partir do próximo ano letivo, o ensino do português como língua segunda, com o objetivo de fortalecer a língua portuguesa no país. O Governo cabo-verdiano vai contar neste processo com o apoio técnico de Portugal, ao abrigo de um acordo de cooperação assinado, na cidade da Praia, pela ministra da Educação cabo-verdiana, Maritza Rosabal, e pelo vice-presidente do Instituto, Gonçalo Teles Gomes.
Em declarações aos jornalistas no final da cerimónia, Maritza Rosabal adiantou que entre os alunos cabo-verdianos a capacidade de leitura e interpretação e a proficiência linguística são questões que se colocam com muita acuidade: “Toda esta duplicidade linguística afeta o processo. Reconhecemos que a nossa língua materna é o crioulo, mas como língua instrumental de trabalho e de comunicação temos que fortalecer a língua portuguesa”, sustentou a ministra.
A responsável assinalou também “algumas dificuldades” de Cabo Verde na inserção no espaço lusófono: “O Brasil exige provas de língua portuguesa aos nossos estudantes, o instituto Camões exige provas de língua portuguesa o que quer dizer que, apesar de estarmos no espaço lusófono, começamos a não ser reconhecidos como um espaço com proficiência linguística em português”, disse.
Por isso, já no próximo ano letivo, o ensino de português como língua segunda ou língua não materna começará a ser introduzido no ensino pré-escolar (4/5 anos) e no primeiro ano no ensino básico, estendendo-se depois progressivamente aos restantes anos do primeiro ciclo.
Neste momento está em curso, segundo a ministra, a elaboração dos materiais com o apoio do instituto Camões, que irá ainda dar assistência técnica na elaboração de metodologias, programas e desenvolvimento e alteração de currículos.
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