Emigrantes pedem inquérito oficial.
Uma sondagem efetuada pelo movimento “Também somos os portugueses” nas redes sociais, em dezenas de países em todo o mundo, mostra que por cada emigrante português que votou na eleição para a Assembleia da República, houve outro que não o conseguiu fazer.
Na amostra realizada, apenas um terço dos emigrantes portugueses conseguiu votar sem problemas de maior. Um outro terço não chegou a receber o boletim do voto, e o outro terço teve o boletim de voto devolvido pelos correios. Nalguns casos os eleitores reenviaram o voto com sucesso, noutros o boletim tornou a ser devolvido.
Face a estes graves problemas, que impediram centenas de milhares de emigrantes portugueses de votar, o movimento “Também somos portugueses” e o “Comité Cívico Português do Reino Unido” exigem ao Ministério da Administração Interna e à Comissão Nacional de Eleições que seja feito um inquérito ao modo como decorreram estas eleições e que sejam feitas alterações para melhorar a votação em eleições futuras.
Como contributo para esse inquérito, “podemos adiantar que no caso dos boletins de voto que não chegaram às mãos dos eleitores, as razões foram: morada desatualizada, morada em Portugal, mudança de morada efetuada nos 60 dias em que já não se podem fazer alterações de morada, atrasos nos correios em inúmeros países, e um número muito grande de eleitores que nunca chegaram a receber os boletins de voto apesar de terem a morada correta no cartão de cidadão”, referem as duas entidades.
“Muitos destes problemas não existiriam se os consulados tivessem enviado esclarecimentos sobre as eleições por e-mail, e se os boletins de voto tivessem sido enviados com maior antecedência”, frisam.
Em relação às devoluções, os envelopes foram devolvidos pelos correios essencialmente por duas razões: em muitos países os serviços do correio não compreenderam que os envelopes tinham porte pago; e o facto de quer a morada do remetente quer a do destinatário estarem na parte da frente do envelope ter confundido muitos serviços de correios.
“Um inquérito a estes factos é essencial, é um escândalo o facto de centenas de milhares de emigrantes portugueses não terem conseguido votar”.
O movimento “Também somos portugueses” e o “Comité Cívico Português do Reino Unido” insistem também que seja feito um piloto de voto pela Internet como possível meio de evitar os problemas do voto postal.
A contagem dos votos e apuramento dos resultados que vão eleger quatro deputados, dois pelo círculo da Europa e dois pelo círculo fora da Europa, vai decorrer hoje no Pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa, local onde está montada a Assembleia de Recolha e Contagem dos Votos.
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