Antes de pensar numa relação entre duas partes tão distintas como os países de língua portuguesa e a China, é preciso lembrar que ela só se dará de forma eficiente se não houver ruídos na comunicação.
Sabendo que, o português e o mandarim possuem estruturas gramaticais totalmente distintas, o Diário do Povo Online entrevista Zhou Ting, que atua no cenário lusófono. Ele conta, através de sua experiência pessoal, o quão gratificante é celebrar no dia-a-dia no trabalho a relação amistosa entre a China e os países de língua portuguesa.
Zhou Ting, natural de Nantong, província de Jiangsu, leste da China, vive hoje na cidade de Zhuhai, província de Guangdong, no sul do país asiático, sendo conhecido entre os estrangeiros pelo nome de Gilberto.
SUBSCREVER NEWSLETTER
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail de segunda a sexta
Zhou iniciou os seus estudos de português em 2009 no Centro de Intercâmbio Cultural China-Brasil, em Beijing. Desde então, vem estudando e aprimorando o uso do idioma. E, durante esses anos, tem atuado como tradutor na área de construção e arquitetura, importação e exportação, e, desportos. Zhou também tem experiência na área de ensino de línguas, intercâmbio cultural, convenções, exposições e medicina tradicional chinesa.
O português, sua ferramenta de trabalho, tem-lhe aberto portas para uma infinidade de oportunidades, sendo possível adquirir conhecimento de diversos setores e, especialmente, obter informações em primeira mão. Zhou acredita que dominar o português o tornou um profissional muito mais confiante.
Ele lembra os seus anos de trabalho em Angola, de 2009 a 2011 e credita a este período as vivências mais impressionantes e inesquecíveis que teve.
Como tinha iniciado recentemente o seu estudo, ainda não dominava a língua por completo e suas ideias não eram expressas com clareza, mesmo assim “preservei as minhas competências e força de vontade”, disse ele.
Uma outra experiência valiosa no trajeto de Zhou foi sua participação no Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), uma plataforma que oferece recursos sociais muito úteis, com conteúdo de especialistas no formato bilíngue: chinês e português.
“Existem oportunidades mais abrangentes de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa e a IPIM é a melhor plataforma para aprender sobre os países de língua portuguesa”, afirmou.
Atualmente, trabalha no Parque Industrial de Tecnologia da Medicina Tradicional Chinesa, Cooperação Guangdong-Macau, da Região Administrativa Especial de Macau, cujo objetivo principal é promover a internacionalização da medicina tradicional chinesa (MTC), melhorar o nível da tecnologia de pesquisa e desenvolvimento da MTC e a indústria da saúde em geral.
De acordo com Zhou, em 3 anos de serviço, já aprendeu a pensar am alto nível, uma vez que o parque industrial da RAE de Macau realiza os projetos segundo o pensamento governamental.
Ele afirma que seguir o pensamento da empresa possibilitou encarar os problemas de maneira relativamente simples e permitiu-lhe exercitar a sua forma de pensar e melhorar ainda mais o seu padrão de trabalho.
Zhou pretende continuar a investir em diferentes setores atuando de forma polivalente e espera influenciar cada vez mais pessoas a estudar o português, para que elas também possam usar o idioma como ferramenta de trabalho.
Ele acredita ser imprescindível que os talentos dos falantes de português sejam reunidos na cooperação econômica e comercial entre China, América Latina e países de língua portuguesa.