O Estado-Maior da Ucrânia informou nesta segunda-feira (28) que a ofensiva russa desacelerou. Representantes diplomáticos dos dois países estão na fronteira com a Bielorrússia para negociar um possível acordo de cessar-fogo.
“As forças inimigas, contudo, continuam a tentar obter sucesso em algumas áreas”, informou o Governo ucraniano. Desde a semana passada, militares e civis lutam para tentar defender o país de uma violenta invasão russa.
De acordo com as Forças Armadas da Ucrânia, na madrugada desta segunda-feira foram registados bombardeamentos em Zhytomyr e Chernigov, cidades ucranianas. “Os russos executaram um ataque com míssil contra edifícios residenciais”, adianta o Governo de Volodymyr Zelensky.
Até o momento, Kiev, a capital e a segunda maior cidade do país, Kharkiv, permanecem sob controlo ucraniano.
Conflito Rússia-Ucrânia: Últimos desenvolvimentos:
Ministros da Defesa da UE reunidos para coordenar envio de armas
Os ministros da Defesa da UE juntaram-se ontem, por videoconferência, para discutir como coordenar e concretizar a decisão histórica tomada na véspera pelos 27 de enviarem armas para ajudar a Ucrânia a fazer face à agressão da Rússia.
À entrada para a sede do Conselho, em Bruxelas, de onde dirige os trabalhos por videoconferência, o Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell explicou que o objetivo da videoconferência desta segunda-feira ao nível de ministros da Defesa é “coordenar bem o que os Estados-membros estão a fazer pela sua parte e o que é possível fazer com o pacote de 450 milhões de euros” que o bloco europeu decidiu atribuir às forças armadas ucranianas.
O chefe da diplomacia europeia apontou que este pacote financeiro visa a aquisição e fornecimento de “armas defensivas, armas de alto calibre, equipamento anti-tanque, tudo o que possa repelir a agressão”.
MNE russo cancela participação no Conselho dos Direitos Humanos da ONU
SUBSCREVER NEWSLETTER
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail de segunda a sexta
Lavrov cancelou a deslocação esta segunda-feira (28) à ONU, em Genebra, onde teve início uma sessão do Conselho dos Direitos Humanos, devido às “sanções anti-russas”, anunciou a Representação Permanente russa.
A Ucrânia obteve na segunda-feira um amplo apoio a um debate urgente no Conselho dos Direitos Humanos da ONU sobre a invasão russa, em que Kiev vai pedir uma investigação às alegadas violações dos direitos humanos por parte de Moscovo.
Os ataques russos dominaram a abertura da 49.ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos, que decorre de 28 de fevereiro até 1 de abril, em que deveria participar o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo.
Negociadores ucranianos e russos começaram encontro na Bielorrússia
As conversações entre representantes ucranianos e russos começaram esta segunda-feira na Bielorrússia, segundo imagens divulgadas pela agência bielorrussa BelTA.
A agência mostrou imagens no seu canal na rede social Youtube em que se veem as duas delegações a entrarem para uma sala com uma mesa com 10 cadeiras de cada lado.
Antes do início do encontro, o ministro dos Negócios Estrangeiros bielorrusso, Uladzimir Makiej, disse aos negociadores que se podiam sentir “completamente seguros” na Bielorrússia, de acordo com o relato da BelTA.
ACNUR – Número de refugiados ultrapassa 422 mil pessoas
O número de ucranianos que fugiu do país devido à invasão russa ultrapassa as 422 mil pessoas, às quais se somam mais de 100 mil deslocados internos pelo conflito, informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
A Polónia, a Hungria, a Moldávia e a Roménia são atualmente os principais destinos deste fluxo de refugiados, segundo avançou o ACNUR na sua conta na rede social Twitter.
Tanto o ACNUR como o Governo ucraniano alertaram, na semana passada, para a possibilidade de o número de refugiados poder subir até cinco milhões de pessoas, ou seja, quase um décimo da população da Ucrânia.
França, Reino Unido e Suíça seguem EUA e impõem novas sanções à Rússia
Depois de os EUA anunciarem uma nova série de sanções contra a Rússia devido à invasão do país à Ucrânia, Reino Unido, França e Suíça seguiram pelo mesmo caminho e indicaram medidas contra instituições, autoridades e empresários russos.
O governo do Reino Unido anunciou nesta segunda-feira, 28, sanções contra o Banco Central da Rússia. Em comunicado, a administração afirma que esta é a mais recente punição após medidas já anunciadas voltadas para “impor consequências severas” contra o presidente Vladimir Putin e a economia russa.
Em França, o ministro das Finanças, Bruno Le Maire, informou também que o país se prepara para confiscar todos os bens de autoridades e líderes empresariais russos que estão a ser alvo de sanções da União Europeia (UE). Le Maire disse que o país está em processo de listagem de propriedades, incluindo ativos financeiros, imóveis, iates e carros de luxo.
Já o ministro das Relações Externas francês, Jean-Yves Le Drian, confirmou que o país participará no esforço europeu para trazer equipamentos militares para a Ucrânia, a serem enviados por meio de um centro na Polónia.
A França também fornecerá mais ajuda humanitária à Ucrânia nos próximos dias, disse Le Drian.
Por seu turno, o governo da Suíça anunciou, em comunicado, que também adotará os pacotes de sanções impostos pela União Europeia em 23 e 25 de fevereiro contra a Rússia. As sanções financeiras suíças têm entre seus alvos o presidente russo, Vladimir Putin, o premiê Mikhail Mishustin, e o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, com efeito imediato.
As sanções serão implementadas em coordenação com a UE, com o congelamento de ativos e o veto a novos negócios com os alvos.
O país ainda informou que suspendeu em parte um acordo de 2009 para facilitar vistos a cidadãos da Rússia. Além disso, fechará o espaço aéreo para aeronaves russas a partir desta segunda-feira.
Rússia proíbe voos de companhias aéreas de 36 países em resposta a sanções
A Rússia proibiu aviões da Alemanha, França, Espanha, Portugal e de outros 32 países de sobrevoar o seu espaço aéreo. Trata-se de uma medida de retaliação: diversos países da Europa fecharam o seu espaço aéreo a aeronaves russas depois da invasão da Ucrânia;
“Em resposta à proibição, por parte dos Estados europeus, de voos de aeronaves civis para companhias aéreas russas e/ou registadas na Rússia, introduziu-se uma restrição de voos de companhias aéreas de 36 Estados”, informou a agência russa de transporte aéreo, Rosaviatsia, em comunicado.
Putin volta a dizer que Ocidente é “império de mentiras”
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a dizer que o Ocidente é um “império de mentiras”. O chefe do Executivo russo terá feito esta afirmação numa reunião em que foi discutido o impacto económico das sanções impostas a Moscovo na sequência da invasão da Ucrânia, avançou ontem (28) a Reuters.
De acordo com a transcrição dessa reunião, citada pela referida agência, o líder russo terá atirado: “O primeiro-ministro, Mikhail Mishustin, e eu discutimos o tópico (a economia russa), naturalmente tendo em conta as sanções que a chamada comunidade ocidental — que, como disse no meu discurso, é um império de mentiras — está a tentar implementar contra o nosso país”.