O secretário do Governo dos Açores com a tutela das relações internacionais declarou que o Conselho da Diáspora Açoriana, já parlamentarmente aprovado, irá integrar 33 elementos, pertencendo dois terços destes à diáspora.
«Em 33 conselheiros, dois terços são membros da diáspora, sendo dezanove conselheiros a eleger pelas açorianas e pelos açorianos no mundo, e menos de um quarto são membros do Governo [Regional] ou da Administração Pública regional», disse Rui Bettencourt, falando no parlamento dos Açores no debate em torno deste órgão.
Os 19 conselheiros a eleger pelos açorianos da diáspora, acrescentou o governante, «estão distribuídos por áreas geográficas onde a presença açoriana é mais expressiva»: cinco nos Estados Unidos; cinco no Canadá; cinco no Brasil; um representante dos açorianos da Bermuda, um no Uruguai, um no território nacional, fora do arquipélago, e outro no resto do mundo.
«Temos consciência dos desafios que teremos pela frente, na divulgação e na explicitação deste Conselho da Diáspora. Será um trabalho de terreno, para o qual contamos com uma forte implicação de todos. Trabalharemos com mais de 1000 entidades (…) e em particular as Casas dos Açores, que são, naturalmente, parceiras do Governo dos Açores, nesta estratégia de afirmação dos açorianos da diáspora», concretizou o secretário regional do executivo socialista.
E prosseguiu: «Este é o momento para criar um mecanismo que vise o reconhecimento, como açorianos, daqueles que se identificando à nossa região, desejam nela participar».
A proposta de criação do Conselho da Diáspora Açoriana havia sido anunciada pelo presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, numa visita às comunidades da Califórnia em fevereiro deste ano, e o texto que formaliza o órgão foi hoje aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa dos Açores.
O hemiciclo açoriano foi globalmente elogioso para com a iniciativa, com o deputado do CDS-PP Artur Lima a recordar passagens pela diáspora onde era «evidente o carinho e a alegria» de quem recebia comitivas de açorianos.
«Nota-se o amor, e não é excessiva a palavra, que [as comunidades] têm aos Açores, à sua terra. E mesmo em segundas e terceiras gerações, pessoas que nunca vieram aos Açores, há esse carinho, uma coisa extraordinária», disse.
O PSD, pela deputada Elisa Sousa, sustentou ser necessário o criar de «instrumentos que possam aproximar os Açores dos açorianos no mundo», como é disso exemplo o conselho aprovado.
A parlamentar advogou ainda ser importante criar «condições para atenuar a distância» dos que estão fora, sendo que «por vezes» esse afastamento «é mais físico que outra coisa qualquer».
O Bloco de Esquerda, pelo deputado António Lima, defendeu que o «estreitar de laços» entre a região e as comunidades emigradas «deve fazer parte das opções políticas da região, do Governo Regional».
O bloquista falou depois no caso dos Estados Unidos e da atual política face aos emigrantes, temendo que «amanhã» os «inimigos» do país sejam os «emigrantes que já lá estão» e não só os que tentam chegar do México.
Pelo PPM, o deputado Paulo Estêvão, foi sublinhada a diáspora como «cada vez mais influente» em cargos políticos nos vários países em que se encontra: «A comunidade açoriana é uma comunidade de sucesso em muitos destes países», prosseguiu.
O monárquico destaca ainda o «capital de apoio e simpatia» dos açorianos pelo mundo para fortalecer a região, faltando ainda, advoga, «potenciar do ponto de vista económico e político todo este capital».
O PS, partido que apoia o executivo regional, valorizou, através do deputado José San-Bento, o «novo patamar, o patamar nunca antes alcançado, de relacionamento entre a região» e as comunidades açorianas que agora pode ser estabelecido com a criação do Conselho da Diáspora Açoriana.
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