A cosmóloga portuguesa Graça Rocha apresentou os «grandes avanços científicos» conseguidos a partir do telescópio espacial Planck, na 42.ª Assembleia do Comité para a Investigação Espacial (COSPAR, na sigla inglesa), a decorrer em Pasadena, Califórnia.
A cientista portuguesa, terminada a missão, está envolvida na análise dos dados do telescópio espacial, tendo já «alguns projetos submetidos à NASA».
O telescópio desenvolveu o mapa das flutuações da radiação cósmica de fundo do universo.
«A missão Planck confirmou o modelo padrão de cosmologia», disse à agência Lusa Graça Rocha, que liderou a abertura da sessão dedicada ao telescópio espacial na assembleia do COSPAR, que decorre em Pasadena, desde o passado dia 14.
Apesar de ainda haver “peças do puzzle” que é preciso encaixar, o legado do telescópio Planck «terá repercussões» em vários outros projetos de investigação científica, acrescentou a cosmóloga.
Até ao momento, foram publicados 1600 artigos científicos baseados nos dados registados pela missão.
A cientista participou na missão da Agência Espacial Europeia (ESA) através do Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA, onde trabalha há mais de dez anos.
A 20 de agosto, Graça Rocha irá receber em Viena o Prémio Gruber de Cosmologia 2018, atribuído pela Gruber Foundation da Universidade de Yale à equipa da missão.
Na abertura da palestra dedicada à análise de resultados, Graça Rocha disse que este é «um momento muito especial» na jornada «épica» que se seguiu ao lançamento do telescópio, em 2009.
O Planck tornou possível mapear a radiação de fundo que ficou do «Big Bang» e ainda é observável hoje, revelando imagens da luz mais antiga do Universo.
Os mapas criados pelo Planck permitirão aos cientistas estudarem a história do Universo, em maior detalhe, e explorar as teorias da sua criação, incluindo a teoria de expansão inflacionária.
O trabalho de Graça Rocha sobre o telescópio espacial Planck foi também distinguido este ano pela Royal Astronomical Society do Reino Unido.
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