O desconhecimento da língua inglesa e a falta de apoio em português podem travar emigrantes na comunidade portuguesa no Reino Unido a reportar os agressores.
A separação de uma rede de apoio familiar ou de amigos, a dependência económica do agressor, a precariedade financeira ou problemas de saúde mental «podem contribuir para um maior isolamento e aumentar a vulnerabilidade da vítima relativamente ao agressor», disseram as líderes da Associação Respeito à agência Lusa.
Com destaque para o desconhecimento dos serviços locais e da legislação, a falta de apoio profissional em português e as dificuldades na língua local, Maria João Nogueira e Fernanda Correia sublinham que «os casos de violência doméstica acontecem porque existe um(a) agressor(a), quer seja no país de origem, quer seja nos países de acolhimento para as comunidades imigrantes» e que «a violência doméstica não escolhe caras, credos, educação ou situação financeira».
Fundada em 2016, a Associação Respeito nasceu de um estudo feito para a London Community Foundation sobre a comunidade portuguesa em Londres cujo problema mais grave se verificou ser a violência doméstica. Uma das autoras, Maria João Nogueira, aliou-se a Fernanda Correia e juntas fornecem informação e ajuda na interação com os serviços ingleses, proporcionando apoio psicossocial às vítimas de violência doméstica – maioritariamente mulheres, mas também alguns homens – e prestam ajuda a quem não fala bem inglês quando, por exemplo, pretendem abrir uma conta bancária ou procurar casa.
Em parceria com a organização não-governamental Corações com Coroa e financiado pela secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, o programa teve início em 2018 e estima ter alcançado mais de 150 portugueses emigrados no Reino Unido.
SUBSCREVER NEWSLETTER
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail de segunda a sexta