‘O Bracinho’ será lançado a 26 de março e retrata em ficção literária a verdadeira história da emigração açoriana para o Brasil.
De acordo com os historiadores, a primeira emigração sistemática dos Açores tinha o Brasil como destino. Em 1847 deslocaram-se para o sul do país perto de 6 mil pessoas e até meados do século XX houve um grande fluxo migratório para São Paulo e Rio de Janeiro.
Carlos Tomé conta a história de um menino de 6 anos com uma limitação física que o obriga a ficar para trás e ver a família partir para o Brasil sem ele. O jornalista açoriano descreve a separação como «um trauma de uma violência que não consegue digerir» que deixa a pequena criança a sentir-se «abandonada, rejeitada» e «completamente imprestável ao ponto da própria família o abandonar».
A evolução da criança que fica com a tia numa freguesia onde carrega a «vergonha de ter ficado para trás» é contada em “O Bracinho”, o novo livro de Carlos Tomé, apresentado pela poetisa Renata Correia Botelho e pelo sociólogo Fernando Diogo, tem o selo da editora Letras Lavada.
O escritor provém de uma família de «muitos emigrantes» e embora nunca tendo emigrado, «chorou muitas lágrimas em aeroportos».
«Todas as vezes que chegavam era uma grande alegria, mas quando partiam, partia também algo dentro de mim», confessou o autor ao recordar as viagens de seus pais e alguns de seus irmãos.
«O ter escrito esta história permitiu-me revistar um acontecimento que também me marcou. Emocionei-me algumas vezes ao escrever alguns dos episódios que estão no livro da vida desta criança» revelou o jornalista açoriano aposentado desde 2016.
Em 2002 publicou um livro de contos chamado “A Noite dos Prodígios e outras histórias”, em 2006 o romance “Morreremos Amanhã, em 2016 “Um Perigoso Leitor de Jornais” e este mês “O Bracinho”.
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