O ministro dos Negócios Estrangeiros assegurou que os portugueses e lusodescendentes da Venezuela são “bem-vindos” em Portugal e defendeu que os governos da República e da Madeira têm “a responsabilidade de trabalhar” juntos para facilitar a sua integração.
“Os cidadãos portugueses e lusodescendentes que estão a regressar a Portugal e em particular à Região Autónoma da Madeira são bem-vindos. Temos o dever, a responsabilidade de trabalhar em conjunto para que as condições do seu acolhimento e integração sejam as melhores possíveis. Já sofreram muito, precisam agora do nosso apoio”, declarou Augusto Santos Silva, no final de uma reunião entre responsáveis do Governo da República e do Governo madeirense, que decorreu ontem no Palácio das Necessidades, em Lisboa.
Neste encontro, o secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus, Sérgio Marques, comprometeu-se a apresentar a Lisboa, dentro de duas semanas, uma estimativa sobre as necessidades daquela região autónoma para responder ao afluxo de emigrantes, que o Governo regional estima representar entre 3.500 e 4.000 pessoas, até agora.
“Estamos a fazer essa quantificação. Iremos apresentar uma estimativa o mais rigorosa possível dentro de duas semanas”, disse aos jornalistas, quando questionado sobre as verbas necessárias para responder à procura dos emigrantes regressados à Madeira.
Na reunião, que foi a terceira jornada do trabalho entre o Governo central e o da Madeira sobre esta matéria, participaram os secretários regionais dos Assuntos Parlamentares e Europeus, das Finanças, da Educação, da Saúde, e vários outros dirigentes de serviços madeirenses, enquanto do lado de Lisboa, estiveram presentes representantes dos ministérios dos Negócios Estrangeiros, Finanças, Educação, Saúde, Ensino Superior, Segurança Social e Economia.
“Estamos em melhores condições para que os nossos serviços possam trabalhar para chegar melhor às questões e para que o Governo da Região Autónoma da Madeira possa proceder a um levantamento preciso das necessidades físicas, técnicas e financeiras”, disse Santos Silva.
Segundo o ministro, é preciso responder “à sobrecarga física e financeira que hoje já existe sobre o sistema de saúde da Madeira”, bem como à necessidade de reconhecimento de habilitações escolares e de certificação das carreiras contributivas de pensionistas, e a questões relativas a habitação, emprego e formação profissional.
Por seu lado, o governante regional saudou a cooperação “exemplar e extremamente construtiva” entre as autoridades nacionais e madeirenses.
“Temos todos o dever indeclinável de acolher e integrar bem os compatriotas que regressam, numa situação particularmente difícil”, declarou Sérgio Marques, que afirmou esperar que o regresso destes cidadãos a território nacional seja “temporário”, comentando que esse é o desejo dos que têm chegado.
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