A 4.ª Edição do Prémio de Voluntariado Universitário (PVU) Santander Universidades atraiu um total de 100 candidaturas de 16 distritos do País, um número «recorde» de candidatos, o dobro do registado em 2018. Os projetos a concurso mobilizam 4.000 voluntários em causas das mais diversas áreas sociais, com impacto em 100.000 pessoas.
A cerimónia de divulgação e entrega dos prémios decorreu esta 5.ª feira, na sede do Banco Santander, em Lisboa e, este ano, a região norte voltou a brilhar, com escolas da Invicta e de Trás-os-Montes a saírem premiadas – a U.Porto e a UTAD –, a que se juntou Setúbal, com o seu Instituto Politécnico a figurar entre os três vencedores desta 4.ª edição dos PVU.
“Este prémio representa um privilégio por conseguirmos, sendo o primeiro projeto que estamos a realizar, ter este reconhecimento”, afirmou Filipa Domingos, aluna do IP de Setúbal e um dos elementos do projeto Comunidade para Uma Vida Saudável.
A jovem estudante do 3º ano de Desporto da Escola Superior de Educação deste Politécnico explicou que o principal objetivo da iniciativa lançada este ano é “melhorar a qualidade de vida de moradores do Bairro da Bela Vista através da atividade física”.
Além deste, foram ainda distinguidos com um Prémio PVU, de entre 10 finalistas e 100 candidatos, os projetos Escola de Superpoderes, da U.Porto, e Gerações Unidas, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
“Sermos distinguidos com este prémio representa o reconhecimento do um trabalho de equipa de um ano inteiro, representa a não-desistência, mesmo em situações complexas de trabalho, e representa os valores que nós queremos apresentar à sociedade”, disse Susana Campos, doutoranda da UTAD e membro do projeto Gerações Unidas, que “visa colmatar a solidão dos idosos que vivem na cidade”.
O PVU Santander Universidades, lançado em 2016, pretende distinguir os projetos solidários dos estudantes do ensino superior. A Instituição de Ensino Superior que apresentar o maior número de candidaturas será também premiada com a Menção Honrosa “IES + Voluntária”.
Outra das categorias destes prémios é o PVU Comunicação, entregue ao projeto cujo vídeo de candidatura for mais votado pelo público. Na 4ª edição dos PVU, o prémio coube não a um, mas a dois projetos ex aequo: o QUALidade, do Politécnico do Porto, e o U.Dream da Universidade do Porto.
“Este prémio representa muito para nós, porque o vídeo é a imagem do que foi aquela semana: nota-se os afetos, as relações, tudo o que aconteceu. Mais do que ganhar o prémio é saber aquilo que nós fizemos e o que foi, para nós o projeto”, disse Luís Maia, estudante do 3º ano da Escola Superior de Educação do IP do Porto, membro do projeto QUALidade.
Trata-se de um projeto intergeracional que consiste num campo de férias para idosos em risco de abandono em que são dinamizadas atividades através de voluntariado jovem.
“Este prémio vai servir de estímulo para voltarmos a ser candidatos para o ano e para continuarmos a fazer mais e melhor noutras localidades de Portugal, para continuarmos a fazer a diferença “, concluiu Luís Maia.
Já para Diogo Cruz, diretor executivo do U.Dream, “os PVU são sempre iniciativas muito positivas”: por um lado, disse, por ajudarem a desenvolver financeiramente alguns projetos que estão como que em linha de espera, por outro, pelo divulgação dada ao projeto.
Com a vitória inédita de dois projetos, nesta categoria, que esteve a votação entre 27 de novembro e 5 de dezembro, obtendo cada um deles 33% dos votos, na prática o resultado é que os 1.000 euros que o acompanham foram divididos em dois. A completar a entrega de galardões, resta referir o PVU IES +Voluntária, uma menção honrosa para a instituição do ensino superior que mais candidaturas apresentou.
Nesta 4.ª edição dos PVU, a U.Porto voltou a sagrar-se a campeã incontestável da solidariedade, com 21 projetos candidatos. António Sousa Pereira, reitor da U.Porto, contou o segredo da instituição que rege para se destacar tanto neste campo. Referindo que o voluntariado dos estudantes da U. Porto já começou há muito tempo, revelou: “Depois de eu ter chegado à reitoria, instituímos o voluntariado como uma ação creditável – ou seja, na U.Porto o voluntariado é creditado”, disse.
Ao lado desta, como IES +Voluntária, esteve também o Instituto Politécnico de Setúbal, não apenas por ser a escola com o segundo maior número de projetos candidatos aos PVU, como por ser a que maior evolução teve de uma ano para o outro: de 1 projeto apresentado em 2108, passa para 9 candidaturas nesta 4ª edição.
Além da divulgação e entrega dos prémios, a cerimónia incluiu uma mesa redonda – que discutiu o tema “IES e Sociedade” – e a passagem pelo palco de vários responsáveis dos PVU e do Santander. Entre estes, esteve Javier Lopes, diretor corporativo de impacto social da área das universidades do Santander, que falou da visão e da estratégia do banco para este segmento, e Pedro Castro e Almeida, presidente executivo do Santander Portugal.
Tal como Cristina Louro, presidente do júri dos PVU já antes tinha sublinhado durante a sua intervenção, Castro e Almeida salientou o dados dos PVU 2019.
“100 candidaturas, que impactam em cerca de 100 mil pessoas, que são beneficiadas, e envolvem cerca de 4.000 voluntários”, disse.
Depois, dirigindo-se aos finalistas presentes, afirmou: “Não há vencedores e vencidos aqui, nestes prémios: os primeiros vencedores são os beneficiários das causas a que vocês se dedicaram”.
Indo ao encontro deste entendimento do seu chefe máximo em Portugal, esteve a decisão do Banco Santander de este ano atribuir um valor pecuniário de 1.000 euros a cada um dos restantes sete finalistas não premiados.
Referindo as estatísticas do INE referentes ao número de voluntários registados em Portugal, cuja média é de 11% da população contra os 25% da União Europeia, Pedro Castro e Almeida disse acreditar que o número é muito superior – porque o povo português é muito solidário –, só que não estarão registados.
Fonte: DInheiro Vivo
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