O Forte da Graça, ou Forte de Nossa Senhora da Graça, em Elvas, faz parte do maior complexo de fortificações abaluartadas terrestres do mundo.
O Forte da Graça, uma construção militar com caraterísticas únicas no mundo, em Elvas, já foi visitado por mais de 100 mil pessoas desde que reabriu em 2015 e foi novamente falado em Espanha – ou não estivesse Badajoz tão perto.
O jornal espanhol El Economista chama-lhe «a maior fortaleza terrestre do mundo» e o título não é para menos. Elvas tem mesmo o maior complexo de fortificações abaluartadas do mundo e só o Forte da Graça, em conjunto com outras fortificações como o Forte de Santa Luzia e os Fortins de São Mamete, São Pedro e São Domingos, ocupa uma área do tamanho de 179 hectares.
SUBSCREVER NEWSLETTER
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail de segunda a sexta
A Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações, como lhe chama a UNESCO, foi considerada Património da Humanidade em 2012. O forte reabriu em 2015, após quase um ano de obras, e em dois anos recebeu quase 105 mil visitas, 40% das quais espanholas, segundo a Câmara Municipal de Elvas.
Esplêndida e grandiosa construção da Praça de Elvas situada numa grande elevação a Norte. Exemplo notável da arquitetura militar do séc. XVIII e considerada por muitos historiadores como uma das mais poderosas fortalezas abaluartadas do mundo, o Forte da Graça ou de Lippe é ainda original pela sua conceção e implantação.
Esta elevação foi desde sempre bastante importante: ainda no séc. XV aqui se situava a pequena ermida de Santa Maria da Graça, cuja reedificação na altura se deveu à bisavó de Vasco da Gama; na Guerra da Restauração, em 1658, os espanhóis construíram aqui um reduto para atacar a cidade de Elvas.
A edificação da fortificação começaria em 1763 por Wilhelm, Conde de Schaumbourg-Lippe, encarregado pelo rei D. José a reorganizar o exército português. Para dirigir as obras foi escolhido o Engenheiro Éttiene, sendo este pouco tempo depois substituído pelo Coronel Guillaume Louis Antoine de Valleré. As obras gigantescas só terminariam em 1792.
Constituído por três corpos, as obras exteriores, o corpo principal e o reduto central, o Forte da Graça é um exemplo da arquitetura militar de tipologia Vauban. O corpo central é formado por quatro baluartes tendo a meio da cortina sul a porta principal de uma beleza fenomenal.
Em 1856 já a guerra tomava outros caminhos e neste espaço foi criada uma companhia de correção e em 1894 um depósito disciplinar onde estiveram vários presos políticos desde a 1ª República até 1974.
O monumento foi alvo de intervenção, ao longo de 11 meses, tendo sido inaugurado a 27 de novembro de 2015. Esta intervenção traduziu-se na recuperação da casa do governador, o ponto mais alto do forte, das casas dos oficiais e restantes elementos arquitetónicos, tendo sido ainda repostas todas as cores e materiais originais do Forte e recuperadas as estruturas, nomeadamente a cisterna, a prisão, as galerias de tiro e a capela, onde foram descobertos frescos do século XIX, também eles alvo de intervenção.
A entrada no forte faz-se por uma ponte levadiça e um portão de decoração barroca. A partir daí começa uma viagem no tempo (possível de ter em visitas guiadas), recheada de pormenores divertidos e surpreendentes sobre os engenhos, armadilhas e recursos escondidos daquela fortaleza preparada para acolher uma guarnição de 1500 homens e para resistir a ataques de canhão e artilharia. Curiosamente, depois de construído, mais nenhuma grande guerra ameaçou o forte.
No topo do forte, a vista da residência do Governador tem uma amplitude de 360º sobre toda a cidade e zona envolvente, onde se vê também Badajoz nos dias de céu limpo. Numa das salas está exposta uma maquete do Forte da Graça, montada por um elvense, com 68 620 fósforos.