O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, efetuou na passada semana uma viagem de dois dias, com embaixadores de 10 países, para mostrar a atuação do governo em defesa da floresta amazônica e diminuir as duras críticas da comunidade internacional pelas altas taxas de desmatamento e queimadas na região.
“O grande objetivo da nossa viagem é mostrar que o governo brasileiro não tem nada que esconder e que está aberto a todo e qualquer diálogo necessário para demonstrar à comunidade internacional os nossos compromissos”, afirmou Mourão antes de embarcar.
A viagem foi organizada depois que, há algumas semanas, oito governos europeus afirmaram que o aumento do desmatamento poderia dificultar a importação de produtos brasileiros.
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Segundo o governo, participam da excursão os embaixadores da África do Sul, Alemanha, Canadá, Colômbia, Espanha, França, Peru, Portugal, Reino Unido e Suécia.
Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, disse que pretende mostrar aos embaixadores tanto as zonas afetadas pela ação humana na Amazônia como as zonas preservadas.
“Nós vamos fazer uma viagem que vai abranger parte da Amazônia que está antropizada (área cuja característica original foi alterada) e parte que não está. De modo que, ao final desse percurso, esses diplomatas tenham condições de tirar as suas próprias conclusões”, acrescentou o vice-presidente.
O grupo partiu de Brasília em avião com destino a Manaus, capital do estado do Amazonas, sobrevoando a Serra do Cachimbo, que divide os estados do Mato Grosso e do Pará.
De lá, segundo um relato da repórter da TV Globo que acompanha a viagem, a aeronave voou em baixa altitude e seguiu o traçado da rodovia BR-163 no trecho que vai do limite dos dois estados até a cidade paraense de Santarém, para permitir que pudessem ver as áreas recém-desmatadas, que enfrentam incêndios frequentes e áreas que apresentem as “cicatrizes” do fogo, mas nuvens pesadas impediram que os estragos na região fossem observados.
Em Manaus, a comitiva ficou a par das atividades das organizações militares e do laboratório de investigação da Polícia Federal. Segundo um assessor do governo, a parte da Amazônia preservada será mostrada no restante da viagem.