Chefe da diplomacia guineense lamenta que a Guiné-Conacri não tenha informado oficialmente Bissau sobre o encerramento de suas fronteiras. Medida é por razões de segurança no contexto eleitoral, justifica Conacri.
“É normal que havendo eleições procedam ao encerramento das fronteiras, não vemos isso como nada de anormal, até porque as eleições serão dentro de poucos dias. O que consideramos, até por uma questão de diplomacia e de bom relacionamento entre países vizinhos, é que seria de bom tempo informar esses países”, afirmou, em declarações este sábado (03.10), a ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Susy Barbosa.
A Guiné-Conacri decretou, a 29 de setembro, o encerramento das suas fronteiras com a Guiné-Bissau, Senegal e Serra Leoa por razões de segurança e no contexto da campanha eleitoral para as presidenciais de 18 de outubro.
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“Soubemos que encerraram as fronteiras não só com a Guiné-Bissau, mas também com o Senegal, não entendemos que haja motivos de segurança que justifiquem esse fecho sem comunicar às autoridades de ambos os países”, disse Susy Barbosa, salientando que a Guiné-Bissau não se pretende ingerir nos assuntos da Guiné-Conacri.
Na Guiné-Bissau residem milhares de guineenses de Conacri, que depois de terem tido dificuldades em registar-se no consulado em Bissau começaram a tentar regressar ao país para votar. Em março registaram-se conflitos em Bissau junto ao consulado da Guiné-Conacri, levando à intervenção policial.
O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, tem relações tensas com o seu homólogo guineense Alpha Condé, que tem estado envolvido nos esforços diplomáticos para tentar resolver as crises políticas recorrentes na Guiné-Bissau. A ausência de qualquer representante da Guiné-Conacri em 24 de setembro nas cerimónias de independência em Bissau foi notada.