Lusodescendente francês vai lançar, a 6 de julho, um sistema arrojado no âmbito da inteligência artificial, que já conquistou a multinacional norte-americana Apple.
Davy Ramos, 29 anos, já registou num curto espaço de tempo dez patentes, e desenvolveu o ‘smart jarvis’, um mordomo virtual inovador para gerir em casa a eletricidade, a temperatura, os estores elétricos, os sistemas de alarme, videovigilância e deteção de presença.
«É um mordomo que aprende as rotinas diárias dos residentes e, por exemplo, se chego a casa às 18:00, pode às 17:45 ligar automaticamente o aquecimento ou o ar condicionado, as luzes, abrir os estores e desligar o alarme e sistema de controlo de presenças», explica.
A plataforma digital é instalada no quadro elétrico da habitação e pode ser programada por telemóvel.
«As pessoas podem aproveitar de outra maneira o tempo que gastavam nessas tarefas» refere o lusodescendente, cujos pais são ambos oriundos de Torres Vedras.
Davy Ramos nasceu em França, país para onde os pais emigraram, e, quando há 10 anos concluiu o ensino técnico-profissional, abriu uma empresa em Mureaux, cidade a 20 quilómetros de Paris, onde vai ser feito o lançamento do produto a nível mundial.
A empresa dedica-se à instalação de sistemas domóticos para a casa e, desde há um ano, criou 10 postos de trabalho diretos e 12 indiretos só para o desenvolvimento e comercialização da nova tecnologia.
«Noventa e cinco por cento dos clientes não estavam muito satisfeitos, porque a domótica não é nada inteligente, e, para aumentar a satisfação dos clientes, pensei associar a inteligência artificial à domótica», conta, «criando um ‘cérebro’ que programa e coordena vários produtos, de marcas diferentes».
O português João Amador, 46 anos, do Barreiro, juntou-se à equipa e é o diretor para Portugal e países lusófonos.
«Este produto vai ter acesso à minha agenda e, se tenho o despertador a tocar às 06:30, vai levantar as persianas» ou vai detetar a minha saída de casa e desligar as luzes», exemplifica João Amador.
Davy Ramos já conquistou a multinacional norte-americana Apple e, dado o grau de satisfação demonstrado por outros distribuidores durante a fase de experimentação, vai abrir em 2019 outra empresa para produzir e comercializar a tecnologia para todo o mundo.
Até 2020, o objetivo é vender 10 e 15 mil ‘jarvis’ e faturar seis milhões de euros apenas em França.
Após o lançamento, a tecnologia vai ser comercializada nos países europeus, lusófonos e ainda na Tunísia e Marrocos a um custo de 750 euros, sem impostos.