António Veiga, um lusodescendente que vive no Brasil, mantém, há 18 anos e sem ajuda do poder público, um projeto social para os deficientes e jovens.
O projeto Adote um Cidadão disponibiliza cursos profissionais para pessoas com deficiências e realiza sonhos através do Karitato, um programa que inclui vários passeios com os deficientes, desde surf até vela, passando por passear de mota, trilhos, museus, entre outros.
António Veiga é filho de portugueses. O pai, natural da Guarda e a mãe, natural de Chaves, emigraram para o Brasil na década de 60 e, em 1970, mudaram-se para São Bernardo do Campo. Na década de 90, enquanto fundador da Txai Company, empresa voltada para treinamento em informática, com seis escolas promissoras, António descobriu a importância da responsabilidade social para a vida, e assim que surgiu o Adote um Cidadão.
O projeto já ajudou mais de 4 mil beneficiários de diversas regiões do grande ABCD, oferecendo bolsas de estudo em diversas áreas como informática, inglês, espanhol e cursos profissionais. Além de proporcionar uma interação social, frequentemente realiza passeios, trilhos ecológicos, visitas a museus, surf eficiente, cinema, teatro, entre outra atividades voltadas para os alunos especiais.
“Desde pequeno, sempre me aventurei como empreendedor, com caixa de engraxate, comprando e vendendo carros e bebidas, na área alimentícia e saúde, com escolas de informática, idiomas e construção civil. Mas jamais me esqueci da grande frase ‘NAGEVAR É PRECISO… VIVER NÃO É PRECISO’” diz Dom Veiga, como é conhecido, que em 1999 colocou em prática o seu sonho antigo: tornou-se empreendedor social e, assim, transformou a sua vida e a vida de muitos à sua volta.
Localizado em São Bernardo do Campo, a Adote um Cidadão é uma associação sem fins lucrativos e desde 2012 tornou-se uma ONG.
“Adotamos este nome, pois seguimos os princípios de solidariedade de direito previstos na constituição nacional de cada cidadão, provendo intercâmbio fraternal e despertando nas pessoas a corresponsabilidade pelo bem comum” referiu ao jornal Mundo Lusíada.
O projeto, mantido por ele e um amigo de infância, Mauricio Genaro Jr, ajuda deficientes visuais, físicos, mentais, auditivos e cidadãos provenientes de famílias carenciadas, além de ajudar a terceira idade.
“Durante esses anos todos, eu e meu amigo, conseguimos “navegar por mares turbulentos”, sem nenhum investimento externo, tanto governamental ou de isenções fiscais. E mesmo assim conseguimos manter nossa Nau com as velas hasteadas, sempre focando novos horizontes sociais”.
A atitude de António Veiga já trouxe reconhecimentos. No dia 12 de outubro de 2017, foi homenageado na Câmara de São Bernardo do Campo como Empreendedor social e, em 2016, ganhou também prémio do centro de ensino e pesquisa Insper.
“Isso mostra o quão eficiente pode se tornar pequenas atitudes daqueles que tem grandes iniciativas e não necessariamente ficar a espera da ajuda dos governantes, mas sim, uma mobilização de toda uma sociedade civil fundamentada e engajada em um processo de mudança” defende.
Para Antonio Veiga, doar é “uma entrega total a uma causa, a qual todos deveríamos compreender e praticar, pois como a própria natureza nos ensina, para que possamos receber temos que nos doar, é este o ato transformador da vida e de vidas”.
O projeto disponibiliza canais para as pessoas que querem ajudar fazendo a sua doação ou para os empresários que querem participar com o selo “EMPRESA COMPROMETIDA”, direcionadas às empresas se comprometem em colaborar com a inclusão digital e capacitação profissional de pessoas menos favorecidas, financiando bolsas de estudo.
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