A promoção da cortiça como um «material incrível» e «muito sustentável» é uma das motivações da designer lusodescendente Melanie Abrantes, que desenha peças únicas na Califórnia.
A promoção da cortiça como um «material incrível» e «muito sustentável» é uma das motivações da designer lusodescendente Melanie Abrantes, que desenha peças únicas na Califórnia com a matéria-prima importada de Portugal.
A artista, que fundou a marca Melanie Abrantes Designs em Oakland, produz artigos para casa com vários tipos de cortiça que são vendidos em lojas da especialidade, como a cadeia de decoração West Elm do grupo Williams-Sonoma.
«Estou a tentar mostrar às pessoas que a cortiça tem muitos formatos, utilidades e visuais, em comparação com outros materiais», disse à agência Lusa a designer, que está agora a tentar criar uma linha «usando as capacidades de isolamento» da matéria-prima.
A lusodescendente foi incluída na lista de 2018 dos 100 Maiores Criativos dos Estados Unidos pela revista Country Living, que a considerou uma “cork whisperer” e destacou o seu virtuosismo na arte de trabalhar a cortiça.
«Os meus produtos são virados para a estética e têm um visual muito específico, mas só faço coisas úteis», disse. «Nada é puramente decorativo». As características específicas da cortiça, como a sua porosidade, ajudam ao elemento funcional das peças de design.
Entre os produtos em cortiça que Melanie Abrantes criou estão caixas de joias, candeeiros de teto, cinzeiros para canábis, castiçais e vasos para plantas. Várias criações misturam cortiça e madeira, o outro material em que a artista se especializou e sobre o qual publicou o livro “Carve”, em 2017.
Os produtos são feitos com mais que um tipo de cortiça, incluindo um tipo “cortiça-mármore”, que «tem um preço mais elevado», mas leva as pessoas «a responderem bem às peças».
O custo dos artigos é um dos desafios da criadora, com etiquetas que vão até às largas centenas de dólares.
«As pessoas não percebem que a cortiça é um material muito caro que ainda é retirado à mão», argumentou, justificando com o facto de os consumidores norte-americanos estarem habituados a usar cortiça em objetos simples, como rolhas e tábuas de cozinha, cujos preços são baixos. «Tento educar as pessoas em relação ao valor da cortiça».
A artista irá mostrar o seu trabalho em maio de 2019 na New York Design Week, como parte do grupo de designers independentes JOIN Design, e está em conversações para participar no programa televisivo da NBC “Making It”, que põe fazedores a criarem trabalhos manuais.
Neta de portugueses, Melanie Abrantes visita Portugal uma vez por ano, dividindo-se entre Lisboa, onde reside a avó, e produtores de cortiça no norte.
«A razão pela qual trabalho com cortiça é devido à minha herança genética», afirmou a lusodescendente, de 28 anos.
«Todas as vezes que ia a Portugal quando era mais nova via produtos diferentes feitos com cortiça e achava fascinante, porque nem sabia que se podia fazer algo com o material», recorda.
Natural de Sugar Land, perto de Houston, Texas, a artista estudou no Otis College of Art and Design em Los Angeles antes de abrir o seu estúdio em Oakland. Além de fazer dois workshops por mês sobre técnicas para trabalhar madeira e cortiça, também faz sessões em empresas.
Os seus produtos estão à venda em cerca de 40 lojas nos Estados Unidos e nalgumas boutiques internacionais, incluindo Japão, França e Inglaterra.
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