O Governo da Madeira suspendeu todas as autorizações para atracagem de navios de cruzeiro e iates nos portos e marinas do arquipélago, e vai passar a medir a temperatura dos passageiros nos aeroportos, informou o chefe do executivo.
“Estas medidas vão vigorar até ao dia 31 de março, data em que o governo fará uma nova avaliação”, disse Miguel Albuquerque, em conferência de imprensa, no Funchal, na qual apresentou um conjunto de “medidas adicionais” de contenção da pandemia de Covid-19 na região.
“Estamos a falar na acostagem, até ao fim do mês, de 23 navios de cruzeiro, com um número de passageiros de cerca de 50 mil”, explicou o governante, vincando que a medida entrou em vigor às 24h desta quarta feira.
Nos dois aeroportos da região – Madeira e Porto Santo -, o governo vai implementar um novo procedimento de controlo, com a da medição da temperatura dos passageiros e das tripulações no desembarque e também com o preenchimento de um inquérito ainda a bordo dos aviões.
“Queremos ter as equipas no terreno o mais rapidamente. Estamos a falar no desembarque de cerca de 10 mil passageiros por dia, o que implica um esforço logístico e humano bastante importante da parte do governo”, disse Miguel Albuquerque, realçando que as equipas serão compostas por elementos do Serviço de Saúde da Madeira (Sesaram).
O chefe do executivo sublinhou que os aeroportos do arquipélago são os primeiros do país a implementar este procedimento, sendo que autoridades portuguesas já foram informadas da decisão, nomeadamente a ANA – Aeroportos de Portugal, a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) e a Direcção-Geral de Saúde.
“Esperamos ter o sistema totalmente montado até à próxima segunda-feira”, disse, e realçou: “É obvio que isto vai causar incómodos, vai causar atrasos, mas nós entendemos que a saúde pública está em primeiro lugar e será importante avançarmos o mais rapidamente possível com esta solução”.
Estas medidas são adoptadas numa altura em que não há registo de qualquer caso de infecção por Covid-19 na Região Autónoma da Madeira.
Miguel Albuquerque apelou, por outro lado, à população para não correr aos supermercados, garantindo que a região “está a ser abastecida com normalidade”.
“Nós apelamos à calma, não havendo a necessidade de as pessoas se precipitarem para os supermercados no sentido de garantir abastecimento extra dos bens essenciais”, alertou, indicando que está já agendada a chegada de dois navios de transporte de mercadorias: um na sexta-feira, outro na segunda-feira.
O presidente do Governo esclareceu, também, que os serviços mínimos estão garantidos, apesar da greve dos estivadores, e que o Governo da República já foi alertado da necessidade, se for caso disso, para proceder à requisição civil, no sentido de garantir o transporte de mercadorias para o arquipélago.
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