O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, desafiou os Estados Unidos da América a concorrerem a uma presença no Porto de Sines, defendendo que seria importante estrategicamente como porta de entrada para a Europa.
Numa intervenção em inglês, na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), em Lisboa, o chefe de Estado insistiu também na importância da presença norte-americana nos Açores e aconselhou-os a não deixarem espaço, por exemplo, à China, alertando que «os que estão ausentes estão sempre errados».
«Vai haver uma decisão sobre Sines. É óbvio, há décadas, que é um ponto vital para entrar na Europa», disse Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando: «Vocês têm de estar lá quando chegar o momento. Não podemos adiar para sempre uma decisão».
O Presidente da República salientou que «os chineses têm sempre um ministro a visitar Sines, quase todos os meses, e não é o único caso, outros países asiáticos também», e referiu que «cabe ao Governo decidir quando definir as regras para esta decisão».
«É importante para os Estados Unidos da América ter essa via, através de Sines, para Portugal, Espanha e depois interconexões com França e assim entrar na Europa Central? É assim tão importante? Então, há que agir», apelou.
Segundo o chefe de Estado, o embaixador norte-americano em Lisboa «está a trabalhar nisso» e «sabe que o tempo está a esgotar-se».
«Penso que é muito interessante para vocês», reforçou.
Antes, e na presença do presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, Marcelo Rebelo de Sousa falou sobre o desinvestimento dos Estados Unidos da América na Base das Lajes, na ilha Terceira, manifestando-se estupefacto com essa opção.
«Eu não sei o que aconteceu às cabeças americanas, que descobriram há alguns anos que os Açores já não eram estrategicamente importantes para os Estados Unidos da América. Eu disse para mim próprio: é uma loucura», afirmou.
No entanto, adotou um tom de desdramatização, considerando que «o panorama está a mudar» e que estão a ser encontrados «caminhos para resolver o passado».
Sem entrar em detalhes, o Presidente da República acrescentou: «Estamos a dar a volta. Agora é uma questão de imaginação».
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