O deputado socialista, Paulo Prisco, sublinhou que o ministro tem uma opinião diferente das autoridades de Esch-sur-Alzette sobre o encerramento dos cursos de integrados de português no ensino oficial luxemburguês.
O ministro da Educação do Luxemburgo declarou, numa carta enviada ao deputado Paulo Pisco (PS), que o seu ministério vai contactar as autoridades da comuna de Esch sur-Alzette relativamente à decisão de encerramento dos cursos integrados de português.
“Fique a saber que partilho a sua preocupação expressa e os meus serviços vão contactar as autoridades comunais de Esch sur-Alzette sobre esta decisão (de encerrar os cursos)”, referiu Claude Meisch na carta enviada a Paulo Pisco.
Claude Meisch afirmou, nomeadamente, que o Ministério da Educação Nacional, da Infância e da Juventude do Luxemburgo incentiva as comunas a propor cursos integrados de línguas nos seus currículos oficiais.
“No entanto, dado que as comunas beneficiam de autonomia no domínio do ensino fundamental, o Ministério da Educação Nacional, da Infância e da Juventude não pode impor a organização dos cursos integrados às comunas. A decisão de oferecer ou encerrar (os cursos) é das comunas”, escreveu Meisch no documento, em resposta a uma carta de Paulo Pisco sobre esta questão.
Em novembro, o deputado socialista Paulo Pisco pediu às autoridades do Luxemburgo para não acabarem com os cursos oficiais integrados de língua portuguesa no ensino oficial em Esch-sur-Alzette a partir do ano letivo de 2017-2018, como já havia ocorrido anteriormente noutras comunas.
Pisco enviou, nomeadamente, uma carta ao primeiro-ministro do Luxemburgo, Xavier Bettel, ao presidente da Câmara dos Deputados, Mars di Bartolomeo, ao ministro Claude Meisch e à burgomestre de Esch-sur-Alzette, Vera Spautz.
Na resposta a que a Lusa teve acesso, o ministro luxemburguês disse ainda acreditar que “um bom domínio da língua nativa favorece a integração de crianças lusófonas, na medida em que esta pode facilitar a aprendizagem de outras línguas ensinadas no Luxemburgo”.
“À luz da investigação científica em diversas áreas, o desenvolvimento da linguagem dos mais jovens figura, com efeito, como um dos eixos prioritários do plano governamental”, indicou o ministro.
Segundo o governante, Esch-sur-Alzette vai promover o projeto ‘Assistente de língua portuguesa no 1.º ciclo’, que é um acompanhamento dos alunos nos primeiros anos de escolaridade por um professor de português e outro luxemburguês, mas não trata dos cursos integrados de português.
Este projeto, segundo o ministro, “é uma considerável abertura para a valorização e o desenvolvimento da língua de família das crianças. O grupo de acompanhamento do projeto fará a ligação com Esch-sur-Alzette para discutir a implementação deste alargamento”.
“É uma boa iniciativa, mas está restrito aos primeiros anos de escolaridade e não é a mesma coisa que os cursos integrados de português no ensino oficial”, disse ontem à Lusa Paulo Pisco.
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