A associação ‘Les Amis du Plateau’ apresentou uma queixa na polícia de Champigny-sur-Marne, nos arredores de Paris, pelo roubo de uma mão do monumento que os portugueses construíram em homenagem ao antigo senador, Louis Talamoni.
Uma das quatro mãos de 30 quilos que suportam os livros da obra realizada pelo escultor Louis Molinari, foi roubada na noite de 28 de abril, depois de uma primeira tentativa de furto, explicou Valdemar Francisco, presidente da associação Les Amis du Plateau.
«Há 12 dias já tinham arrancado uma mão, mas não tiveram tempo de a levar porque passou lá alguém. Agora estamos a repará-la. De sábado para domingo arrancaram outra mão e desta vez levaram-na. Estamos indignados e dececionados porque aquela mão tem um valor para nós, é um valor simbólico», afirmou Valdemar Francisco à agência Lusa.
O responsável da associação considerou que se deve tratar «de um simples roubo e não de um ato de racismo ou xenofobia contra os portugueses», porque houve outros furtos naquele parque. Realçou ainda o facto de irem ser colocados dentro das mãos da escultura, dispositivos de geolocalização no caso de haver novo roubo.
Valdemar Francisco acrescentou que o monumento deverá estar reconstituído até 10 de junho, «dia de Portugal em que a associação vai fazer a festa das crianças e a festa da sardinha».
O monumento, situado no local onde nos anos 60 existiu um dos maiores bairros de lata portugueses, foi inaugurado no dia 11 de junho de 2016 pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa e pelo Primeiro Ministro, António Costa, no âmbito das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
A homenagem ao antigo autarca Louis Talamoni remete para os anos entre 1956 e 1972, data da extinção do bairro de lata, onde providenciou o fornecimento de água e eletricidade, a escolarização das crianças, o acesso aos cuidados de saúde, a recolha do lixo e a instalação de esgotos.
O monumento da associação é composto por uma escultura central com uma pilha de livros encimada pelo rosto do antigo autarca. Ao seu redor, existem oito colunas feitas com tijolos que foram autografados por emigrantes, pelo Presidente da República, pelo primeiro-ministro, pelo cantor Pedro Abrunhosa, entre várias outras personalidades.
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