Uma mostra inédita de ourivesaria e filigrana portuguesas arrancou no dia 27 de junho, em Macau, seguindo uma estratégia de entrada no mercado oriental numa altura em que as exportações do setor registam um crescimento sem precedentes.
A iniciativa em Macau é «uma combinação de dois mundos, tem obviamente um interesse comercial, mas também existe um desafio cultural», disse Fátima Santos, secretária-geral da Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal (AORP), que promoveu o evento.
O mercado asiático é uma das grandes apostas do projeto de internacionalização da joalharia portuguesa da AORP, que em março participou na Feira Internacional de Joalharia de Hong Kong, juntando 2.500 expositores e cerca de 25 mil visitantes profissionais, oriundos de mais de 50 países.
Depois de Hong Kong, rampa de lançamento para negócios com o interior da China, nomeadamente em Xangai, a intenção agora é «estar em Macau» e apostar na ponte que este território pode erguer com o resto da Ásia, frisou à agência Lusa.
Para Fátima Santos, «as exportações de Portugal para Macau ainda são residuais» e o objetivo primordial é «inverter a tendência», tirando partido desta ponte.
A responsável pela AORP ressalvou a rota da filigrana, uma iniciativa que «trouxeram com muito carinho» em parceria com a Câmara Municipal de Gondomar.
Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar, reiterou à Lusa a aposta na internacionalização e a importância de Macau como “entreposto comercial”.
«Não tinha sentido não recorrermos à história do país e não apostar neste entreposto comercial. Queremos que Macau seja uma ponte para toda a Ásia e que com isso consigamos aumentar o lucro das exportações nesta matéria, dado que em 2017 foi o [ano de] maior crescimento de sempre da exportação da filigrana», declarou.
As exportações da ourivesaria e joalharia portuguesa aumentaram 53% entre 2015 e 2017, de 65,5 para 100 milhões de euros. A associação setorial AORP definiu como meta a atingir os 150 milhões de euros em 2020.
Promovida pela AORP, com o apoio institucional do Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, a exposição está patente hoje (dia 29) na residência consular de Portugal, no âmbito das comemorações do “Mês de junho, mês Portugal”.
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