O secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, disse ontem, durante uma conferência sobre a diáspora, que os fundos desbloqueados em Bruxelas constituem “recursos únicos” que os emigrantes podem aproveitar se escolherem investir em Portugal.
“Portugal nunca teve tantos recursos para executar em tão pouco tempo e fazer com que a nossa economia recupere desta pandemia e da grave crise a ela associada”, disse o governante, acrescentando que o acordo hoje anunciado em Bruxelas fornece “recursos únicos” para os emigrantes que queiram investir em Portugal.
“Há uma nova fase que se abre com esta necessidade de recuperar as economias e os investidores da diáspora vão encontrar em Portugal recursos únicos que vão poder aproveitar e ter um canal dedicado para isso, particularmente os que queiram estabelecer Pequenas e Médias Empresas nas áreas da saúde, infraestruturas, setor agroalimentar, energias renováveis e mobilidade elétrica, em que temos de ser mais resilientes”, elencou o governante.
Eurico Brilhante Dias falava no webinar `Investimento da Diáspora`, que decorreu na tarde de ontem em formato virtual a partir de Lisboa, e no qual o ministro dos Negócios Estrangeiros e a ministra da Coesão Territorial deram o pontapé de saída.
A ministra Ana Abrunhosa salientou que “temos de ter medidas específicas para o perfil específico do investidor da diáspora”, referindo que os 18 milhões de euros captados e os 300 empregos criados ao abrigo dos programas de incentivo ao investimento da diáspora em Portugal, como o Programa Regressar, que oferece condições fiscais mais vantajosas para os emigrantes que queiram voltar ao seu país de origem e que já apoiou 2500 pessoas, num custo de 5 milhões de euros para o Estado.
“Temos um gravíssimo problema de falta de mão de obra em Portugal, e estas pessoas que vêm da diáspora, que as estatísticas dizem estar na casa dos 30 anos e metade com licenciatura, são um grupo qualificado e estão em idade de constituir família, o que ajuda a aumentar a população, que é outra das necessidades em Portugal”, disse a ministra.
Por seu turno, o chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva destacou que “os portugueses nos mais de 180 países onde estão têm uma força enorme, em primeiro lugar cultural, mas também linguística, institucional e económica”, colocando o número de emigrantes portugueses num valor perto dos seis milhões.
Por sua vez, Berta Nunes, Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, definiu as caraterísticas dos investidores, empresários e empresas portuguesas da diáspora e fez uma apresentação do novo Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID), que promove exportações e a internacionalização das empresas nacionais através da diáspora e, permite, também aos investidores da diáspora terem incentivos próprios e dedicados com benefício adicional se o investimento for localizado no interior do país.
O webinar Investimento da Diáspora tem como objetivo apresentar o Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID) e dar a conhecer os apoios, benefícios e oportunidades para o investimento das comunidades portuguesas em Portugal. Esta é uma iniciativa conjunta das Secretarias de Estado das Comunidades Portuguesas e da Valorização do Interior, que tutelam o PNAID.
Poderá acompanhar a sessão de hoje, a partir das 16H00 (hora portuguesa), através da página de Facebook do Ministério dos Negócios Estrangeiros, com os painéis 3 – Apoios e Benefícios – e 4 – Investidores da Diáspora Ideias e Negócios – e ainda assistir à apresentação do V Encontro de Investidores da Diáspora, que se realiza nos dias 5 a 7 de agosto de 2021.
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