
Deputado do PS eleito pelas Comunidades Portuguesas na Europa
Fortalecer as opiniões públicas nos países de expressão portuguesa sobre a importância da CPLP, é um dos grandes desafios de cada um dos Estados-membros e dos sucessivos secretariados executivos da organização. E a Gala dos Prémios da Lusofonia e o Fórum Permanente dos Debates da Lusofonia, inseridos na mesma estrutura organizativa e administrativa, constituem precisamente iniciativas muito relevantes totalmente saídas da sociedade civil que merecem toda a atenção, por darem um contributo inestimável para que aqueles objetivos sejam alcançados e assim se reforcem também os laços que ligam os povos lusófonos.
E merecem toda a atenção, desde logo, por se tratar de iniciativas da sociedade civil bem estruturadas, que têm mobilizado uma grande diversidade de personalidades de todos os países da CPLP de diferentes áreas, da política, literatura, ciência, economia, diplomacia, cultura, música, associativismo. Exemplo disso foi a 4ª edição da Gala dos Prémios da Lusofonia, realizada no passado dia 24 de outubro, com o apoio da Câmara de Oeiras, e a 3ª Edição do Fórum Permanente dos Debates da Lusofonia, desta vez dedicada aos efeitos da pandemia no universo lusófono, realizado nas instalações da UCCLA.
Com efeito, tanto nas orientações programáticas da CPLP como dos sucessivos Secretários Executivos, um dos grandes desafios tem sido precisamente promover o conhecimento da importância da CPLP junto dos cidadãos de cada um dos Estados-membros, de forma a que se fortaleçam os vínculos de pertença a este universo rico e diverso em termos humanos, culturais, históricos e afetivos, procurando por essa via aprofundar a cooperação em múltiplos domínios e criar condições para que a organização e cada um dos Estados-membros tenha maior capacidade de afirmação na cena internacional.
Tanto a Gala dos Prémios da Lusofonia como o Fórum Permanente dos Debates da Lusofonia, constituem assim um instrumento poderoso de fortalecimento dos laços entre os diferentes países da CPLP e também de reconhecimento dos valores que se destacam em diferentes campos de intervenção.
Este ano foram distinguidos, por exemplo, o ex-Primeiro Ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, a anterior presidente do Instituto Camões e atual responsável pela Organização dos Estados Ibero-Americanos, Ana Paula Laborinho, o músico angolano Matias Damásio, a escritora Santomense Olinda Beja ou a atriz brasileira Cláudia Alencar. Noutras edições, foram premiadas personalidades como o ex-presidente timorense Ramos Horta, a cientista portuguesa Maria Manuel Mota, o ex-primeiro ministro guineense, Domingos Simões Pereira ou quadro da ONU Carlos Lopes ou ainda o músico Martinho da Vila, só para citar alguns nomes.
Os povos de expressão portuguesa membros da CPLP têm tudo a ganhar em reforçar os seus laços que, já de si, são profundos do ponto de vista histórico, cultural e humano. Mas há ainda imensos desafios a ultrapassar e formas de cooperação a aprofundar. Os povos da CPLP conhecem-se bem, compreendem-se e serão mais fortes se agirem em conjunto, para superar mais facilmente as suas fragilidades e afirmar-se coletivamente nos fóruns internacionais, desde as Nações Unidas, às organizações multilaterais regionais.
E é da maior importância que, finalmente, possa ser aprovado o Acordo de Mobilidade e Circulação de Cidadãos no Espaço da CPLP, previsto para a próxima Cimeira de Luanda. Este seria um contributo da maior relevância para a coesão e efetiva valorização da CPLP enquanto organização multilateral, mas acima de tudo um inquestionável reforço do fortalecimento de uma opinião pública da CPLP, fundamental para lhe dar pujança e maior capacidade de transformação das nossas sociedades.
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