A investigadora portuguesa Inês Laíns foi distinguida, pelo segundo ano consecutivo, com o prémio da universidade norte-americana de Harvard `Evangelos S. Gragoudas Award`, que distingue o melhor artigo científico na área de oftalmologia.
A oftalmologista viu o seu artigo premiado pelo seu caráter inovador e de maior contributo para o tratamento da degenerescência macular relacionada com a idade (DMI).
O estudo demonstra uma técnica inovadora que permite, através de um teste de sangue, avaliar o risco de o doente ter DMI e qual a probabilidade desta doença progredir para o estado de cegueira.
«Neste estudo utilizamos uma técnica nova que permitiu identificar biomarcadores no sangue que distinguem pessoas com DMI (comparando-os com pessoas da mesma idade sem a doença), assim como distinguir as diferentes fases da doença», afirma a investigadora.
Segundo a investigadora, os resultados foram «muito promissores», podendo no futuro evitar que um doente com DMI tenha cegueira, por exemplo.
A DMI é uma «doença complexa, que envolve tanto fatores genéticos como fatores ambientais. Talvez pela sua complexidade, não se compreende bem como estes fatores interagem e não existem, até à data, formas de identificar quem são os indivíduos acima dos 50 anos com maior risco de desenvolver esta doença», sublinha.
Sobre o reconhecimento do seu trabalho, a médica afirma que «é o resultado de um enorme investimento pessoal e profissional» e «fruto de muita paixão» por aquilo que faz diariamente e de «muito trabalho».
Inês Laíns, que concluiu a sua formação médica na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, sublinha que «o prémio também é sinónimo de responsabilidade, espero agora conseguir continuar a corresponder às expectativas e sobretudo continuar a fazer ciência que tenha impacto na vida dos nossos doentes e possa contribuir para a diminuição da cegueira e para a melhoria da qualidade de vida daqueles que sofrem de doenças da visão».
O prémio `Evangelos S. Gragoudas Award` raramente é atribuído mais do que uma vez ao mesmo médico, sendo que em toda a história da oftalmologia apenas dois especialistas conseguiram esse feito.
Em 2017, Inês Laíns ganhou o mesmo prémio por ter desenvolvido um teste para doentes com DMI, de apenas 20 minutos, e concluído que a «presença de determinadas lesões oculares estava associada a um maior tempo necessário para a capacidade de ver no escuro».
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