Secretário-geral da ONU venceu, com ativista franco-marroquina, o prémio Zayed de Fraternidade Humana, criado pelo Papa Francisco e o grande imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb.
António Guterres foi distinguido com o prémio Zayed de Fraternidade Humana, um prémio promovido pelo sheikh Mohammed bin Zayed, dos Emirados Árabes Unidos, com apoio do papa Francisco e do grande imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb.
O secretário-geral da ONU dividiu o prémio com a ativista franco-marroquina Latifa ibn Ziaten e doou a sua parte, no valor de 500 mil dólares (cerca de 417 mil euros) ao Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, o Acnur, que liderou vários anos antes de assumir cargo de líder das Nações Unidas.
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Guterres justificou a decisão de doar o seu prémio ao Acnur com o facto de ser necessário “apoiar os esforços indispensáveis para proteger os membros mais vulneráveis da família humana, os deslocados à força”, afirmou, num discurso citado pelo site oficial das Nações Unidas.
O português agradeceu ainda distinção, que considerou uma honra receber, afirmando que ela “é também o reconhecimento do trabalho das Nações Unidas para promover a paz e a dignidade humana todos os dias e em todos os lugares.”
O secretário-geral das Nações Unidas assinalou que a pandemia da covid-19, a crise económica, a emergência climática e ameaças à paz significam que “unidade e solidariedade são mais importantes do que nunca” e que “não deve haver espaço para o ódio no futuro que se está a construir”, dando como exemplo este prémio, uma iniciativa pioneira, criada em 2019, pelo Papa Francisco e pelo grande imã de Al-Azhar, para desenvolver o diálogo inter-religioso e promover uma humanidade comum.
A outra distinguida, a ativista franco-marroquina Latifa ibn Ziaten, é mãe de Imad ibn Ziaten, um soldado que foi assassinado por terroristas em Toulousse, na França, em 2012. Depois da morte do filho, criou uma associação através da qual viaja pelo país para contar sua história, sobretudo aos mais jovens, tentando sensibilizá-los e prevenir a sua radicalização.