A organização luso-americana Bom Samaritano, que trabalha atualmente com mais de 110 casos de vício em álcool e noutras drogas na Califórnia, pediu hoje mais voluntariado, ajuda e envolvimento das organizações portuguesas nos Estados Unidos para “salvar vidas”.
Os problemas de vício, saúde mental ou sem-abrigo são muitas vezes ignorados ou omitidos pela comunidade luso-americana, por serem assuntos difíceis e “não glamorosos”, declarou Alcides Machado, fundador da organização Bom Samaritano, numa sessão de sensibilização promovida pelo Conselho de Liderança Luso-Americano PALCUS.
A organização Portuguese Bom Samaritano Foundation registou um aumento de 45% de pedidos de ajuda desde que a pandemia de covid-19 começou, principalmente por abuso de álcool, ‘stress’, depressão, tendências suicidas ou ataques de pânico, alertou Alcides Machado.
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O fundador da Bom Samaritano disse que recebe chamadas de pedidos de ajuda não só da Califórnia, como de outros locais dos EUA e também de Portugal: «Não há ideia como essas pessoas sofrem em silêncio», considerou, na conversa com a presidente da PALCUS, Ângela Simões.
A organização sem fins lucrativos Bom Samaritano fornece serviços sociais, aconselhamento e tratamento, e está a ajudar atualmente 57 pessoas com problemas de álcool (com uma média de idade de 50 anos), 31 pessoas com problemas de droga (com uma média de 20 anos) e 19 pessoas com problemas de droga e álcool (com idades entre os 30 e os 40 anos).
Os tratamentos são fornecidos de forma gratuita, mas têm um custo para a organização de cerca de dois mil dólares por pessoa (cerca de 1.700 euros).
A organização está também a acompanhar 11 casos de violência doméstica, e pede mais envolvimento e ajuda de outras organizações portuguesas, como também voluntários para as atividades de acompanhamento e ajuda.
Não há «melhor oportunidade» de mostrar o orgulho de ser português num país estrangeiro do que ajudando os mais necessitados da comunidade, destacou Alcides Machado.
O fundador da organização sem fins lucrativos considerou que a comunidade portuguesa nos Estados Unidos, que mostra «com orgulho» a sua origem, ignora que existem cidadãos portugueses em situação de sem-abrigo.