A associação ALMA tem 150 aderentes e 3.000 seguidores na página Facebook, na qual publica regularmente ofertas de emprego e conselhos jurídicos, estando previsto, “para breve” a criação de um site’.
A associação ‘ALMA, Gardien(nes) d’Immeubles à Paris’, fundada por portugueses, vai organizar o 1.º Salão para Porteiros na capital francesa, a 3 de junho, com ofertas de trabalho, de formação e conselhos para uma profissão “bastante isolada”.
“O objetivo deste primeiro salão é juntar profissionais e visitantes e dar o máximo de informações aos porteiros que continuam a estar bastante isolados. Depois, o objetivo é o recrutamento, mas também dar informações sobre riscos ligados à profissão, assim como o material e vestuário ligado à segurança do trabalho diário”, disse Elisabeth Oliveira, presidente da associação.
No salão, estará disponível “ajuda na redação dos currículos e nas cartas de motivação” e deverão estar presentes o centro de emprego francês Pôle Emploi, organismos de formação e de segurança no trabalho, assim como a Cruz Vermelha “para ensinar os gestos que salvam pois é frequente o porteiro ser a primeira pessoa a chegar ao local de um incidente ocorrido no prédio”.
A porteira, licenciada em Psicologia, foi para França em 2013 devido à crise em Portugal e fundou a associação ALMA em outubro de 2015 para criar uma entreajuda na vasta rede de porteiros em Paris, estimada em cerca de 15 mil pessoas, das quais “60% são portuguesas”.
“Cada vez há uma maior exigência nesta profissão. Eu mandei o currículo para cá e mandaram-me vir a duas entrevistas. No privado, à partida, não devem pedir formação, é mais no setor público. Mas há uma concorrência tão grande que quem tiver mais habilitações será o escolhido”, indicou a porteira de 47 anos.
Elisabeth Oliveira explicou, ainda, que a associação pretende “dar voz” aos porteiros porque “as pessoas acham que é uma profissão de sonho, mas não é assim tão dourada quanto se pensa”.
“Ninguém dá voz aos porteiros. Cada porteiro, no setor privado, está sozinho. Para estar informado, tem que aderir a sindicatos ou esperar que o condomínio informe. A associação quer dar voz aos porteiros porque estão isolados e quando há problemas estão sozinhos e, muitas vezes, não reclamam porque têm medo de ficar sem casa”, acrescentou.
“A imagem do porteiro mudou. Hoje, há porteiros que nem sequer fazem limpezas, que são mais gestores do prédio do que propriamente porteiros básicos. Estamos a ser mais valorizados, mas ainda há muitos clichés e ninguém gosta de dizer que é porteiro porque é redutor, é visto como um trabalho só manual”, concluiu a franco-portuguesa nascida em França que foi para Portugal em 2002 e acabou por regressar a Paris onze anos depois.
A entrada no 1.º Salão para Porteiros custa cinco euros, mas é gratuita para os membros da Associação ALMA, devendo fazer-se mediante inscrição para o email associationalma@hotmail.com .
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