O Presidente da República considerou ontem que a declaração do estado de emergência em Portugal é um «sinal político forte de unidade» na «guerra» contra os efeitos da pandemia da Covid-19, mas não uma «solução milagrosa».
Numa comunicação ao país a partir do Palácio de Belém, em Lisboa, no dia em que decretou o estado de emergência, justificou a decisão, que admitiu «dividir os portugueses», como um «sinal político forte de unidade do poder político» e que previne «situações antes de poderem ocorrer».
«Não é, porém, uma vacina nem uma solução milagrosa que dispense o nosso combate diário» que passa pelo «apoio reforçado» ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou pela responsabilidade de todos continuarem a «tentar limitar o contágio» da doença que já fez dois mortos em Portugal, disse o chefe de Estado.
«O que foi aprovado não impõe ao Governo medidas concretas», avisou ainda Marcelo Rebelo de Sousa.
«Este é um Estado de Emergência confinado, que não abrange os direitos fundamentais», explicou.
«O Estado de Emergência de 15 dias, no fim dos quais pode ser renovado, com avaliação no terreno», lembrou. «Não é a interrupção da democracia. É a democracia a tentar prevenir a interrupção da vida normal das pessoas. Não é, porém, uma vacina, nem uma solução milagrosa», disse.
Por isso, lembrou também a necessidade de se proteger o emprego, as famílias e as empresas. «Não parar a produção, não parar em pânicos de fornecimento como se o País parasse», pediu, juntando: «Assim é tempo de guerra, as economias não podem morrer».
«Nesta guerra, como em todas as guerras, só há um inimigo invisível: desânimo, cansaço, fadiga do tempo. Temos que lutar todos os dias contra ele. Tudo o que nos enfraquecer e dividir nesta guerra, alongará esta luta. Resistência, solidariedade e coragem são as palavras de ordem. E verdade, porque nesta guerra, ninguém mente. Isso vos garante o Presidente da República. O caminho é longo, difícil e ingrato. Mas não duvido que vamos vencê-lo o melhor que podermos e soubermos», sublinhou.
«Quero terminar com um exemplo do que somos: a neta enfermeira que no dia em que perdeu o avô – a primeira vítima mortal – me disse: Presidente, só faltam nove dias para voltar à luta. Somos assim porque somos Portugal», concluiu o Presidente da República.
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