«É um prémio muito importante e que sinaliza bem o contributo que António Guterres deu para a unidade europeia», salientou o primeiro-ministro António Costa na cerimónia de entrega do prémio, em Aachen, na Alemanha.
O primeiro-ministro, António Costa, considerou que a atribuição do Prémio Carlos Magno a António Guterres é «motivo de orgulho» para Portugal e também «uma mensagem política muito importante» para o reforço do papel da União Europeia na cena internacional.
«Eu acho que é um motivo de orgulho para todos nós termos finalmente um português a receber o Prémio Carlos Magno, que é um prémio muito importante e que sinaliza bem o contributo que António Guterres deu para a unidade europeia», declarou o primeiro-ministro aos jornalistas, no final da cerimónia de entrega do galardão ao secretário-geral da ONU, em Aachen, Alemanha.
Costa observou que «não é seguramente por acaso» que António Guterres é o primeiro português primeiro a receber este prémio, tal com foi o primeiro português a ser eleito secretário-geral da ONU, «e isso significa o grande compromisso que ele tem com os valores que, como ele aqui evocou, sempre se bateu desde a sua juventude, e a forma como ganhou e construiu um prestigio internacional muito relevante, o que não deixa de ser obviamente importante para Portugal».
O chefe de Governo considerou que a atribuição a Guterres do Prémio Carlos Magno, pela sua defesa do modelo europeu de sociedade, do pluralismo, tolerância e diálogo, «também é uma mensagem política muito importante».
«Em primeiro lugar, de como a União Europeia é fundamental para reforçar o multilateralismo, de como é essencial para termos um mundo mais solidário, que respeite o principio do estado de direito, da boa convivência entre os povos, reforçar as Nações Unidas, e também – uma prioridade clara em todos os discursos –, a necessidade de focarmo-nos no combate às alterações climáticas, de reforçar o nosso modelo social para assegurar uma boa transição para a sociedade digital com coesão, e a necessidade de não nos fecharmos sobre nós próprios, e, pelo contrário, nunca nos esquecermos que o estatuto internacional dos refugiados foi criado precisamente para proteger os europeus vítimas da II Guerra Mundial», disse.
Na sua intervenção, após ser galardoado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou à Europa que defenda com mais vigor o multilateralismo, atualmente «sob fogo» na cena mundial, garantindo que, pela sua parte, continuará a defender de forma apaixonada o pluralismo e a tolerância.
Guterres insistiu na necessidade imperiosa de uma agenda multilateral «nestes tempos de grande ansiedade e desordem geopolítica», e argumentou que a União Europeia tem uma responsabilidade acrescida na sua defesa, até por ser «pioneira, mas também um posto avançado do multilateralismo e o primado do direito».
«Como secretário-geral das Nações Unidas, nunca senti tão claramente a necessidade de uma Europa forte e unida», disse, apontando que o mundo enfrenta atualmente «três desafios sem precedentes» que agravam os riscos de confrontação e exigem respostas vigoras: as alterações climáticas – que classificou como sendo «hoje uma questão de vida ou morte» -, a demografia e migrações, e a era digital.
Marcelo felicita Guterres
Segundo uma nota divulgada no portal da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado «enviou uma mensagem calorosa» a António Guterres, «primeiro galardoado português» com este prémio, que é atribuído desde 1950 a personalidades que tenham contribuído para a unidade do continente europeu.
Marcelo Rebelo de Sousa defende que, neste momento, «é particularmente relevante e significativa a atribuição a António Guterres do prestigiado prémio – na senda de personalidades que tanto contribuíram para a unidade da Europa como Jean Monet, Konrad Adenauer, Winston Churchill, François Mitterrand, Papa João Paulo II, Angela Merkel e Emmanuel Macron».
SUBSCREVER NEWSLETTER
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail de segunda a sexta