O barómetro da Intrum que analisa o bem-estar financeiro em 24 países europeus mostra que Portugal está apenas à frente Hungria e da Grécia no que diz respeito à capacidade de pagar despesas.
O estudo da Intrum, empresa que faz gestão de cobranças e recuperação de créditos, quis medir e comparar o bem-estar financeiro dos consumidores em 24 mercados europeus.
O barómetro analisou a capacidade para pagar as contas, poupar para o futuro e literacia financeira. No primeiro dos indicadores, apesar de ter sofrido uma ligeira subida, Portugal fica apenas à frente da Hungria e da Grécia.
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Em Portugal, os grupos etários entre os 22 e os 44 anos são os que revelam maiores constrangimentos para pagarem as suas contas nos prazos, 32%. A média é de 25% em Portugal. 28% das mulheres portuguesas afirmam que não pagaram uma ou mais contas nos prazos, nos últimos 12 meses, valor mais baixo comparado com a média europeia, 32%”, afirma o estudo.
O relatório revela ainda que a maioria dos inquiridos em Portugal (54%) respondeu que adiou ou suspendeu o pagamento de habitação, um valor bem acima da média europeia de 41%.
Em relação à capacidade de poupar para o futuro, Portugal desce da 18ª para a 19ª posição, com a Grécia, uma vez mais, no fundo da lista. “Portugal continua a não ter uma posição muito animadora”, lembra o relatório. “Em Portugal, há mais homens a conseguirem fazer poupanças mensais do que mulheres. Despesas inesperadas aparecem no topo dos motivos para poupar. Uma eventual perda do emprego, é uma preocupação que se acentua nos grupos de indivíduos com idades entre os 22 e os 54 anos”, sublinha a Intrum.
Em relação à investigação, o estudo aferiu o impacto da covid-19 no rendimento das famílias. No caso de Portugal, “49% dos homens dizem que o seu rendimento diminuiu como resultado da covid-19, valor substancialmente superior à média europeia, que é de 36%”. Para tentar minimizar os efeitos desta diminuição, o corte de gastos em bens não essenciais foi o recurso mais repetido. Também neste caso, a Alemanha ocupa os lugares cimeiros, mas desta vez atrás da Suécia. A Bélgica aparece em quarto e a França em oitavo.
Só na literacia financeira é que Portugal aparece melhor na fotografia. De acordo com a Intrum, “houve uma evolução positiva de Portugal em relação à edição do ano passado, quando falamos de literacia financeira. Da 14.ª posição em 2019, passou para a 8.ª posição da tabela dos 24 países europeus analisados no nosso estudo”.
Provavelmente, a necessidade aguça o engenho, já que a Alemanha, a Bélgica e França se situam, desta vez, na parte de baixo da tabela que avalia o conhecimento dos inquiridos sobre conceitos financeiros básicos. A Finlândia encabeça este indicador.