Os representantes do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP) consideraram como «histórica» a primeira reunião do Conselho de Ortografia da Língua Portuguesa, um órgão técnico que visa definir áreas prioritárias de intervenção e instrumentos de promoção da língua.
«É com profunda alegria que testemunho este momento, que é histórico para a língua portuguesa», afirmou Margarita Correia, presidente do Conselho Científico do IILP, durante a sessão de abertura da primeira reunião deste órgão técnico.
A reunião, que decorre até hoje na Casa das Culturas de Língua Portuguesa – Instituto Pernambuco, no Porto, conta com a presença de vários representantes dos países de língua portuguesa.
Segundo Margarita Correia, este órgão técnico vai conferir uma «nova missão e gestão» à língua portuguesa, uma vez que nele estão representados todos os estados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e que todos vão ter «igual participação» nas políticas da língua.
«Espero que este conselho seja inaugurado de forma profícua e que, por muitos anos, possamos ter muitos bons resultados», afirmou.
Por sua vez, Incanha Intumbo, diretor do IILP, sublinhou que este órgão vai permitir «fazer uma coligação entre as várias fronteiras» e continuar a contribuir para a promoção da língua portuguesa.
Durante esta reunião, além da organização e estrutura do Conselho da Ortografia da Língua Portuguesa, vão ser também definidas as áreas «prioritárias» de intervenção, tais como as terminologias técnico-científicas, os vocabulários ortográficos nacionais e o Acordo Ortográfico.
Também presente na sessão, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, salientou a necessidade de «alargar» os instrumentos de gestão, investigação e trabalho técnico, para a promoção da língua portuguesa.
«O português é língua oficial e, noutros países, língua segunda, por isso, as competências do uso da língua devem merecer um trabalho articulado e seguro», referiu.
Santos Silva garantiu ainda que Portugal está «inteiramente disponível» para apoiar os projetos do IILP, que «implicam mais verbas e menos verbos».
«Nenhum de nós é proprietário, mas todos nós, em conjunto, somos condóminos desta grande casa que é a língua portuguesa», concluiu.
Depois da sessão de abertura, o IILP e a Universidade do Porto homenagearam o professor e gramático brasileiro Evanildo Bechara e o linguista português João Malaca Casteleiro.
As conclusões públicas desta reunião, que decorre à porta fechada, serão comunicadas hoje.
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