Numa entrevista ao jornal Financial Times, Augusto Santos Silva fala de «mito sem sentido» sobre a dependência de Portugal do investimento chinês.
«Foi criado um mito de que Portugal é uma espécie de amigo especial da China na Europa. Isso não faz sentido nenhum», disse o ministro dos Negócios Estrangeiros. Santos Silva rejeita a ideia de que o país está a desenvolver uma dependência problemática em relação a Pequim, num momento em que se espera que empresas chinesas apresentem propostas para investir no porto de Sines.
Augusto Santos Silva falava ao britânico Financial Times, numa altura em que o concurso público para a construção e exploração do terminal Vasco da Gama, em Sines, tem atraído o interesse apenas de companhias chinesas. De acordo com a publicação, são pelo menos duas as chinesas interessadas em concorrer à nova concessão — a Cosco e a Shangai International Port Group — estando o Governo a convidar empresas europeias e norte-americanas a apresentarem também as suas propostas.
Nesse sentido, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse esperar que as propostas «credíveis» venham não apenas da China. «A qualidade das ofertas será muito melhor» se empresas norte-americanas e europeias também entrarem na corrida por Sines, afirmou Santo Silva, salientando que este terminal é “uma das grandes oportunidades» para a Europa reduzir a sua dependência em relação ao gás russo.
Sobre a expressão significativa do investimento chinês em Portugal, o governante sublinhou que o Executivo de António Costa continua empenhado em atrair investimento desta nacionalidade, reforçar o comércio e incentivar o turismo.
Augusto Santos Silva defendeu ainda que este é o momento para os investidores chineses apostarem na indústria portuguesa, particularmente no setor automóvel e da mobilidade elétrica. «Também estamos atrasados em abrir a China para as exportações portuguesas», acrescentou.
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