Luís Marques Mendes alerta para a situação insustentável vivida na companhia aérea portuguesa. Diz que há o risco de esta «bomba» poder «rebentar no bolso dos contribuintes».
A TAP está a viver momentos conturbados. Mesmo a nível da estrutura acionista há problemas, sendo que estão a decorrer negociações para a saída de Neeleman para a entrada de outro acionista europeu.
No habitual espaço de comentário na SIC, Marques Mendes lembrou os prejuízos que a companhia tem vindo a apresentar. Teve resultados líquidos negativos de 118 milhões de euros no ano passado, até setembro vai em 111 milhões, sendo que é provável que apresenta prejuízos de 140 a 150 milhões no total do ano. “Isto é uma calamidade“, disse.
A juntar aos prejuízos, o comentador alertou para as emissões de dívida realizadas pela empresa. Fez “três emissões de dívida este ano (janeiro, junho e novembro) em valores acima de 700 milhões de euros. Isto é muito preocupante”, salientando o elevado custo suportado na operação destinada apenas a investidores institucionais. Pagou quase 6%. “É demasiado. A Bloomberg diz que empresas semelhantes pagam 2,4%”, nota, acrescentando que o custo médio da dívida da TAP é de 3,7%.
A juntar a estes problemas financeiros, há um outro: conflito entre acionistas. “As relações entre o acionista americano e o acionista Estado é má e entre o acionista americano (David Neeleman) e o acionista privado português (Humberto Pedrosa, da Barraqueiro) também não é muito melhor”, disse, classificando a TAP como uma “bomba” que “pode rebentar. Onde? No bolso dos contribuintes”.
Marques Mendes salienta, contudo, que os conflitos entre acionistas podem estar prestes a serem resolvidos, nomeadamente com a saída de Neeleman. “Já há conversas para mudança acionista”, revela na SIC. Pode sair o acionista estrangeiro e entrar outro estrangeiro europeu. Os contactos estão em curso”, diz, rematando que “não é sustentável a situação atual.
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