França foi novamente alvo de um ataque terrorista, desta vez na cidade de Nice. O dia era para ser de festa, mas acabou por ser de massacre.
Um camião embateu contra um grupo de pessoas que celebrava esta noite o Dia Nacional da França, no Promenade des Anglais, em Nice.
Mais de uma centena de pessoas terão ficado feridas e há registo de pelo menos 84 mortos, segundo indica a BFMTV. A mesma fonte revela, ainda, que o condutor do camião terá trocado tiros com a polícia, acabando por morrer.
As pessoas estavam a passear pela avenida Promenade des Anglais, junto à costa, quando o pior aconteceu. Um camião branco, descontrolado, embateu contra uma multidão de pessoas que ali caminhava. O que por momentos se pensou tratar de um acidente, rapidamente se viria a confirmar o pior: a França fora novamente alvo de um ataque, que as autoridades confiam tratar-se da autoria do Estado Islâmico.
Centenas de pessoas foram abalroadas e atropeladas pela viatura, que era guiada por um homem de 31 anos, franco-tunisino, nascido na Tunísia e residente na cidade de Nice. Depois do atropelamento, o homem terá ainda disparado contra a multidão.
O ataque, que já foi celebrado pelo Daesh, ainda não foi reivindicado de forma oficial. As autoridades francesas e o presidente François Hollande não hesitam porém em atribuir o ataque ao grupo terrorista e já aumentaram o nível de alerta de segurança no país, para vermelho.
Em Nice estarão cerca de 10 mil portugueses, não se sabendo se haverá cidadãos lusos entre as vítimas dos ataques. O secretário de Estado da Comunidades, José Luís Carneiro, admitiu ainda à antena da SIC Notícias que “é natural que, no âmbito da comemoração, possa haver portugueses” que tenham estado a assistir ao fogo-de-artifício no local alvo de ataque e já fez saber que o Governo está a acompanhar a situação junto dos consulados de Marselha e Nice.
Entretanto, a Prefeitura dos Alpes Marítimos disponibilizou uma linha de apoio local para informações às famílias de pessoas desaparecidas: 0033493722222. O número de emergência do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês é 0033143175646.
Portugueses estão chocados
“Vi tantos, mortos, tantos mortos. Falam em 30 mortos, mas são mais, muitos mais. Eram só mortos, só mortos”. As palavras são de Fátima Lopes, portuguesa nascida em França, que ainda está “muito chocada” horas depois do ataque que ocorreu, na noite de quinta-feira na avenida marginal de Nice, onde viu mais de 50 mortos, incluindo “muitas crianças”.
“Estava na Promenade des Anglais [quando] vi aquele camião em cima do passeio a levar as pessoas todas à frente. Estava já um senhor morto à minha beira. Estava cheio de mortos (…). Estou muito chocada porque havia muitas crianças mortas”, contou Fátima Lopes, de 50 anos, num relato emocionado à agência Lusa.
Fátima Lopes estava com o marido quando ocorreu o ataque, que fez pelo menos 84 mortos e mais de uma centena de feridos — 18 dos quais em estado crítico –, de acordo com o mais recente balanço oficial.
Tinham ido jantar com a filha a um restaurante e iam a passar, numa altura em que o fogo-de-artifício estava a acabar, quando viram um camião a seguir a alta velocidade.
“Foi tudo tão depressa, o camião ia a mais de 90 [quilómetros] à hora”, relatou Fátima Lopes, recordando que até comentou com o marido que o condutor do veículo pesado devia ter perdido o controlo ou ter tido problemas nos travões.
“Saímos do carro e começou tudo a parar, a dar assistência às pessoas, a cobri-las com o que tinham, com casacos, sei lá. Eram só mortos, só pedaços de pessoas”, descreveu.
Foto em destaque ©Reuters
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