O projeto ‘Comédia como uma Segunda Língua’ conta com a participação de artistas de outros países e “está a ser um sucesso” na cidade, com cerca de 75 por cento do público com origens fora do Canadá.
A cidade de Toronto é palco de um projeto pioneiro de integração de imigrantes através da comédia – ‘Comédia como uma Segunda Língua’ -, uma iniciativa de uma emigrante brasileira, que pretende explorar e desmistificar o choque cultural.
“Muitos dos imigrantes do mundo inteiro moram aqui mas não têm uma vida cultural, eles não saem de casa, não vão assistir a um espetáculo, no máximo vão a um restaurante”, disse a promotora do espetáculo, Carol Zoccoli.
Natural de São Paulo (Brasil) e a viver no Canadá desde 2013, Carol Zoccoli tem um mestrado de filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), mas a comédia é a sua grande paixão, tendo frequentado durante um ano e meio, em Toronto, a escola de improviso de Second City.
A emigrante explicou que ao chegar ao Canadá, após frequentar algumas aulas de inglês, constatou que o “choque cultural” verificado “era muito engraçado”.
“Pensei que as pessoas precisavam de assistir a espetáculos e rir desta situação de estarem numa cultura diferente, independentemente da sua origem”, sublinhou.
O espetáculo explora as diferenças culturais, mas também as minimiza, procurando, desse modo reduzir o choque entre as culturas de origem dos emigrantes e do seu país de acolhimento, explicou à Lusa Carol Zoccoli, que se dedica há nove anos à comédia, uma paixão que descobriu ainda quando estudava.
“Estava a concluir o mestrado e fiz alguns textos engraçados. Precisava de descansar a minha cabeça um pouco, e descobri alguns bares em São Paulo que tinham noites com o microfone aberto. E comecei a escrever e a pesquisar e experimentar, e nunca mais parei”, contou.
A brasileira disse ainda que quando chegou ao Canadá, já tinha o estatuto de comediante profissional, e teve de efetuar “uma transição para a comédia em inglês”.
“Tive de efetuar uma transição para começar a efetuar comédia em inglês no Canadá. Foi como começar no zero”, concluiu.
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