As vantagens de manter o exame de português para acesso ao ensino superior em serão frisadas junto do executivo francês.
João Sobrinho Teixeira, secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, esteve em Paris no dia 23 de março para promover as universidades portuguesas junto dos lusodescendentes e afirmou à agência Lusa que «iremos sensibilizar o Governo francês de que o esforço que pode ser feito, será compensado pelos portugueses e lusodescendentes em França».
A reforma do ensino em França retirou o português como língua de prova específica de acesso à universidade; a língua portuguesa ficou com o estatuto de “língua rara” e foram mantidos apenas o alemão, o espanhol, o inglês e o italiano. João Sobrinho Teixeira declarou «entendemos a política francesa de dar relevância às línguas que comunicam em termos de fronteira com a França – estritamente, podemos dizer que o português também comunica, já que a Guiana francesa faz fronteira com o Brasil – mas há uma realidade de uma comunidade portuguesa extremamente numerosa, bem integrada e que tem dado muito à França».
Jorge Torres Pereira, embaixador de Portugal em França, considera «um passo atrás, quando o português é considerado uma língua rara, para além de outros aspetos que representam o desincentivo de uma terceira língua estrangeira que era uma das vias para que o português se tornasse uma opção normal na escola». De acordo com o diplomata, cabe ao Estado francês responsabilizar-se pela normalização do ensino de português em França, tanto para os portugueses, como para os lusodescendentes, mas também para os franceses, por ser uma mais-valia para todos.
A Associação para o Desenvolvimento dos Estudos Portugueses, Brasileiros, Africanos e Asiáticos Lusófonos (ADEPBA) lançou na internet uma petição para reverter esta alínea da reforma do ensino francês, que assinala como uma discriminação à língua lusa.
A reforma do ensino francês estará em vigor a partir de setembro para os alunos que iniciem o equivalente português aos 10º e 11º anos de escolaridade, com impacto nos exames nacionais de 2021.
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