O médico lusodescendente Adérito Sousa considera que a comunidade portuguesa não escapou às consequências da crise política, social e económica que atinge toda a população venezuelana, e fala em pobreza e mesmo em fome entre os portugueses.
«A situação está a ser muito crítica para todos os cidadãos que vivem no país e também para a grande comunidade portuguesa radicada que não escapou aos embates da crise. Refiro-me à hiperinflação que afeta os salários de todos os cidadãos, para além da insegurança e da conflitualidade social no país», afirma o médico otorrinolaringologista de 61 anos, que já foi distinguido com a Ordem do Mérito.
O médico lusodescendente adianta que esta crise, que afeta de forma dramática todas as pessoas que desenvolvem atividades económicas, atingiu a comunidade portuguesa de «forma muito dramática» com «situações de pobreza e até de fome».
Adérito de Sousa, que é médico cirurgião, com pós-graduações na Venezuela e nos Estados Unidos da América, refere que «há muitos casos de portugueses que estavam até a viver em condições de rua, porque tinham perdido os seus negócios, seja por delinquência ou por situação de alta conflitualidade ou foram saqueados e alvo de roubo».
Como médico da Associação de Médicos Luso-Venezuelanos Adérito de Sousa acompanha de perto as dificuldades da comunidade portuguesa.
«Aí o sofrimento é a dobrar, porque já temos a situação de carência económica, se ainda sofrem de uma doença, e têm necessidade de tratamentos onerosos e de alto custo, pior ainda», salienta.
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